A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), entidade que representa 148 associações empresariais voluntárias do Estado, enfrenta mais um processo sucessório com divisões. A eleição para a nova diretora, com mandato de três anos, será dia 18 de setembro e o prazo para inscrever chapas se encerra dia 19 deste mês. A expectativa inicial era de chapa única, de consenso, liderada pelo empresário Sérgio Rodrigues Alves, de Joinville, com apoio do atual presidente, Jonny Zulauf. Mas o presidente da Associação Empresarial de Florianópolis (Acif), Rodrigo Rossoni, informa que há um grupo integrado por lideranças de dezenas de entidades, que defende uma gestão diferente para a Facisc.
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Embora ainda não tenham definido um candidato para a presidência, esses empresários poderão lançar uma chapa de oposição. Por enquanto, os dois lados falam da importância de manter a classe empresarial unida, com candidatura única. Mas, pela determinação sinalizada nas conversas de líderes dos dois grupos, é mais provável que a decisão seja no voto mesmo.
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Sérgio Alves afirma que busca o consenso, está aberto ao diálogo e acredita que divisão não é solução. Ele está percorrendo o Estado para compor a chapa e diz que nela há espaço para representantes desse grupo que tem se colocado na oposição. Também promete forte presença de empresárias e de jovens.
– Temos projetos para uma Facisc mais fortalecida, moderna, voltada aos associados, com produtos e soluções empresariais para agregar valor às associações e às empresas. A Facisc já tem uma representatividade boa em todos os níveis, mas é possível fazer mais. Temos que estar unidos – disse Sérgio Alves.
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Ao falar em nome dos que querem mudança no comando da Facisc, o presidente da Acif, Rodrigo Rossoni, afirma que o movimento conta com apoio de 35 associações empresariais e de 45 lideranças entre ex-presidentes de ACIs e outros ligados ao associativismo. Segundo ele, desde o momento em que Zulauf colocou o nome de Sérgio Alves para a sucessão esse grupo se posicionou e defendeu um projeto de debates e propostas ao invés de focar um nome.
– Nesse momento, não estamos lançando uma chapa porque a gente entende que a comunhão de ideias é importante no associativismo. Estamos buscando esse consenso, convidando o Sérgio Alves para participar dessa visão, desse grupo, uma vez que ele ainda não montou o próprio grupo. Essa é a nossa posição nesse momento – disse Rossoni.
Questionado se o grupo já teria um candidato a presidente, ele comentou que entre os 45 voluntários alguns têm disponibilidade e disposição para liderar uma mudança na federação. Conforme Rossoni, o movimento tem dois grandes propósitos. Um é trazer a Facisc de volta como a grande protagonista do cenário empresarial catarinense. O outro é ter uma atuação mais voltada ao desenvolvimento, retomando alguns projetos que foram reduzidos ou desativados como o Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL), realizado em parceria com prefeituras.
Vice-presidente da regional Norte da Facisc, Sérgio Alves revela que foi convidado a participar da sucessão, que acumulou ampla experiência na vida e agora pode colocar isso à disposição da Facisc e dos associados. Foi secretário de Estado da Fazenda, presidente da Celesc, da Acij e da Câmara de Assuntos Tributários da Fiesc, além de ter atuado como conselheiro do BRDE, Badesc e SCPar. Entre os cargos que exerceu no setor privado estão o de presidente da Fiação São Bento e gestor da Manchester Corretora. No momento, atua como conselheiro empresarial certificado.
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Caso o comando da Facisc seja decidido no voto, esta não será a primeira vez na trajetória de 49 anos da entidade. A disputa maior foi em 1999, quando a liderança da federação foi disputada por três chapas que tinham à frente os empresários Roberto Breithaupt, presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Isabel Baggio, da Associação Empresarial de Lages e Ubirajara Câmara, presidente da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo). O vencedor do pleito foi Roberto Breithaupt.