Mais uma vez, a economia catarinense vai começar o ano preparada para alcançar um crescimento econômico superior ao da média brasileira, feito que tem conseguido anualmente desde o fim da longa recessão de 2015 e 2016. O setor produtivo do Estado surpreendeu em 2017 com alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% enquanto o Brasil registrou 1%, segundo o IBGE.

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Os dados oficiais dos dois últimos anos ainda não saíram, mas a prévia do PIB calculada pelo Banco Central, que é o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-SC), indica que o Estado cresceu 2,47% em 2018 e até outubro deste ano avançou 2,8%. Para 2020, o Banco Central estimou crescimento de 2,2% do PIB brasileiro, com o impulso da volta dos investimentos. A expectativa de lideranças de SC é de que o PIB do Estado vai crescer pelo menos isso, mas tem potencial para avançar ainda mais.

A equipe econômica do governo do Estado, que tem à frente o economista Paulo Zoldan, também calcula um índice de atividade econômica que tem alcançado variação mais parecida com a do PIB. A estimativa desse grupo é de que a economia de SC cresceu 3,6% em 2018 e 3,8% até setembro de 2019.

Os principais setores econômicos de SC estão otimistas. Tiveram crescimento nos períodos recentes e estão voltando a investir, o que significa mais crescimento e novos empregos. Entre as razões desse ânimo maior estão a gradual volta do emprego, juros e inflação baixos, maior oferta de crédito e a reforma da Previdência.

Agronegócio tem impulso das exportações

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Enquanto o mercado mundial recua, o agronegócio brasileiro avança. Santa Catarina foi o destaque em 2019 com aumento de 14,28% das exportações de carne suína até novembro. O Estado respondeu por 55% da receita obtida pelo Brasil com o produto lá fora. Carne de frango, milho e soja também estão com exportações em alta. Mas o governo precisa dar mais atenção à ampliação das vendas externas, avalia o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), José Zeferino Pedrozo.

– É preciso estabelecer parcerias estratégicas e posicionar o agro como um ativo do Brasil nas suas relações com o mundo – alerta Pedrozo, para quem é preciso diversificar exportações à China e aos EUA.

Comércio e serviços

Santa Catarina alcançou o nível de atividade econômica pré-recessão em setembro, segundo dados do Banco Central. Mas o comércio de SC logo superou a crise. Perdeu mais de 8% nos dois anos da crise – 2015 e 2016 – mas superou logo em 2017, com alta de 13,5%. O presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, fala de bons números de 2019.

– De janeiro à outubro de 2019, dados do IBGE mostram que o volume de comércio cresceu 8,5% no Estado, e o de serviços 1,9% no mesmo período. Para os meses de novembro e dezembro a estimativa também é altamente positiva. A previsão é que serão os dois meses melhores em crescimento dos últimos cinco anos – afirma Breithaupt.

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Razões da melhora

O presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, afirma que o setor vai continuar crescendo em Santa Catarina mais do que a média brasileira em 2020 porque o Estado tem condições econômicas diferenciadas. Ele acredita também que o PIB do país vai crescer mais de 2% no novo ano.

– A reforma da Previdência aprovada, a discussão da reforma tributária em andamento, a inflação baixa que influenciou na queda dos juros, a liberação de parte do FGTS aliada à um aumento de confiança do consumidor catarinense, mais os ajustes da equipe econômica justificam o ótimo crescimento do comércio de SC – avalia o presidente.

Atenções da indústria

Preparada para um ritmo econômico mais intenso em 2020, a indústria catarinense teve que enfrentar em 2019 uma certa retração da atividade no primeiro semestre devido à instabilidade política e redução do consumo mundial. O resultado foi menos crescimento. De janeiro a outubro, segundo o IBGE, a produção industrial cresceu 2,6% acumulado. Considerando dados anualizados até outubro do IBGE, no ano anterior a alta alcançou 4,8%. Diante do cenário mais difícil no exterior, que derrubou para -3,7% as exportações de SC de janeiro a novembro, a aposta da indústria será no crescimento do mercado interno, afirma o presidente da Federação das Indústrias (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar.

Mais de 3% de alta

Esta não é a primeira vez que aconteceu, mas SC chegou em novembro como líder nacional em geração de empregos na indústria no ano, somando 35.040 vagas no setor de transformação, o que foi comemorado pelo presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. O empresário também está mais otimista com com a retomada da economia.

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– Os especialistas têm projetado crescimento para o PIB da ordem de 2% a 2,5% no ano que vem. Como, historicamente, SC tem crescido acima dessa média, é quase certo vai crescer mais de 3% este ano – afirmou Aguiar.