Dólar segue em alta em função do coronavírus e outras pressões

Os mercados registram nesta sexta-feira mais um dia de vendas de ações e compra de ativos seguros, como títulos do Tesouro dos Estados Unidos e de governos europeus. Investidores estrangeiros seguem reduzindo suas participações em mercados de países emergentes como o Brasil e isso implica na saída de dólar do país, o que eleva a cotação da moeda americana, que já subiu cerca de 15% este ano.

O Brasil tem uma realidade particular também. O mercado estaria testando o Banco Central para ver até onde ele vai realizar operações cambiais para baixar a cotação do dólar, observou ontem o economista Alexandre Amorim, gestor de investimentos da Par Mais. Segundo ele, há também uma parte do mercado que acha que não seria o momento de reduzir ainda mais a taxa de juros Selic, hoje em 4,25% ao ano.

As pessoas que estão viajando ou vão viajar, gastam mais com o dólar alto. Uma opção, para quem usa cartão de crédito, é abrir uma conta digital internacional e usar também um cartão internacional. Nesse caso, a pessoa não paga os 6,38% de Imposto sobre operação financeira cobrado sobre todas as despesas com cartão de crédito normal no exterior.

No mercado catarinense o dólar turismo subiu novamente na manhã desta sexta-feira. Estava sendo vendido por R$ 4,94 enquanto ontem estava em R$ 4,92 (0,4%). Para quem vai às agências para vender dólares, elas estão pagando R$ 4,35, informou Denison da Silveira, da Açoriana, que atua em 10 cidades de SC. A compra de dólar caiu 70% nos últimos dias, segundo ele.

Apesar do dólar alto, não é esse o motivo que leva pessoas a suspender viagens internacionais. Isso vem ocorrendo em função do coronavírus e as viagens já caíram 40%, informou a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-SC).

Ocupação hoteleira cresce

A taxa de ocupação hoteleira da região de Florianópolis em fevereiro alcançou 69,96%, superior a de fevereiro do ano passado, que ficou em 66,94%. O levantamento é do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Florianópolis e Região. Segundo o presidente da entidade, Estanislau Bresolin, o que ajudou no melhor desempenho foi o melhor ritmo da economia, o Carnaval e o tempo bom, que favoreceu viagens.