O Dia Internacional da Mulher, que teve origem em movimento pela igualdade de direitos em 1909, em Nova York, é uma data para revisar a série de indicadores que envolvem a vida econômica das mulheres e necessidades de ações públicas e privadas para melhorar. Muito se avançou nessa questão de gênero em Santa Catarina, mas as mulheres enfrentam ainda inúmeros desafios, entre os quais desigualdade salarial, mais trabalho em casa, falta de serviços públicos de qualidade em educação e saúde. Tudo isso foi agravado, agora, na pandemia.
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Para essa data, o IBGE costuma fazer uma divulgação de indicadores sobre as condições das mulheres. Os deste ano são de 2019, antes da chegada do novo coronavíris.
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Um dos desafios é a persistência da desigualdade salarial. Em Santa Catarina, em 2019, a diferença salarial entre homens e mulheres era de 26% a mais para eles. O salário médio das mulheres correspondia a 72,8% do valor pago para os homens. Estava em R$ 2.112 enquanto que o deles era de R$ 2.873. No Brasil, a diferença era menor, de 28%.
Outro desafio é a presença de mulheres em cargos de liderança nas empresas e no setor público. A pesquisa apurou que elas ocupavam 36,4% dos cargos executivos em Santa Catarina. O Estado ficou 18ª posição nacional, atrás inclusive da média do país, que foi de 37,4% de mulheres em cargos de liderança.
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A colocação no mercado de trabalho é outro obstáculo, apesar de Santa Catarina ter a menor taxa de desemprego. Em 2019, a taxa de desocupação no Estado estava em 6,2%, mas para as mulheres era maior, de 7,6%, enquanto para homens ficou em 5%.
Elas também tiveram que dedicar mais tempo aos trabalhos domésticos. A jornada semanal em casa era de 19,7 horas, 8,3 horas a mais que a dos homens, que trabalharam, em média, 11,4 horas semanais em casa, em 2019.
O IBGE destacou ainda que as mulheres representavam, ano passado, 25% das parlamentares da bancada catarinense na Câmara dos Deputados, em Brasília, quatro das 16 cadeiras, a 6ª maior participação nacional. Outra informação importante é que as mulheres, em Santa Catarina, podem ocupar mais espaços como professoras universitárias. Em 2019, elas eram 45,7% do total de docentes, enquanto a média nacional estava um pouco maior, 46,8%.
Um dos obstáculos para o avanço da mulher no mercado de trabalho é a falta de creche ou de escolas em turno integral para os filhos. Isso impede quem tem menor renda de trabalhar em empregos que remuneram mais e até de continuar os estudos.
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Esse é um serviço público caro, mas que precisa de maior atenção dos governantes porque é relevante para um maior nível de desenvolvimento econômico. As famílias das classes média e alta normalmente contratam creche o dia inteiro, quando necessário. Isso deveria ser referência ao setor público.
Outro desafio, especialmente do setor privado, é buscar a equidade salarial, ou seja, pagar salários iguais para a mesma função, para homens e mulheres. Isso ocorre em boa parte das empresas, mas é preciso mais para reduzir as diferenças.