Grupo mais representativo do setor privado brasileiro por responder por 99% das empresas registradas no país, as micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais têm no 27 de junho, hoje, a comemoração do seu dia internacional, definido pela Organização das Nações Unida (ONU). No Brasil, a data é celebrada em 5 de outubro. Para se ter ideia da pujança do setor, o país tinha no começo deste mês de junho quase 19,4 milhões de empresas, das quais 70% eram MEIs.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias do Diário Catarinense no Telegram

Em Santa Catarina, nesta segunda-feira, a Junta Comercial do Estado (Jucesc) registrava 1,16 milhão de empresas ativas. Dessas, 996,2 mil estão enquadradas como microempresas e Meis, enquanto 63,3 mil estão no grupo de pequenas empresas.

São altos também os impactos econômicos do segmento. De acordo com o Ministério da Economia, as micro e pequenas empresas respondem por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No primeiro trimestre deste ano, respondeu por 70% da criação de novos postos de trabalho diretos.

Em Santa Catarina, quando se considera número de empregos, cerca de 98% das empresas são enquadradas como micro e pequenas. Mas se for levado em conta o faturamento (receita sem descontar os impostos), em SC 93% das empresas são micro e pequenas, destaca o gestor do Observatório do Sebrae/SC, Claudio Ferreira, com base em estudo regional feito pela FGV com dados de até 2017.

Continua depois da publicidade

Considerando participação no PIB, em SC o segmento chegou naquele ano em 41,80%. Quanto à participação no total de empregos, no Estado o setor acompanha a média nacional, com cerca de 51%, informa Claudio Ferreira.

Com a pandemia, as pequenas empresas sofreram muito no início, mas reagiram rápido às demandas, por isso avançaram no uso de tecnologias e retomaram crescimento. Apesar dos avanços alcançados, o presidente do Banco do Empreendedor, Luiz Carlos Floriani, que também já presidiu a Federação as Associações de Micro e Pequenas Empresas (Fampesc), avalia que o ambiente de negócios ainda é um obstáculo.

– O maior desafio ainda é o estabelecimento de ambiente favorável as atividades empreendedoras, através de políticas públicas que reconheçam a importância desse segmento para o desenvolvimento e equilíbrio sócio econômico de nossas cidades, estado e País – afirma Floriani.

O vice-presidente da Ampe Metropolitana, entidade com atuação em Florianópolis e Região, Piter Santanta, alerta que a lista de desafios segue com problemas de crédito e outros, que ele vai levar a Brasília para cobrar soluções nesta terça-feira.

Continua depois da publicidade

– Os desafios continuam os mesmos. O acesso ao crédito, apesar das várias opções, ainda é complicado. Eu acho que agora, com a retomada econômica, a pauta é capacitação, orientação para que o empresário seja mais produtivo. Teremos agora a aprovação de novo teto para o Simples. O ambiente de negócios vem melhorando, desburocratizando – diz Piter Santana.

As questões sobre crédito, assessoria técnica e alta carga tributária seguem como grandes obstáculos. A expectativa é de que o Congresso Nacional aprove este ano a nova tabela para o Simples nacional. Isso porque, diante da alta inflação e falta de atualização, tem muita empresa deixando de vender para não sair da arrecadação simplificada. Com melhores condições, esse setor pode contribuir ainda mais para o desenvolvimento econômico.