Desde que o novo coronavírus avançou em Santa Catarina e o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL) adotou o isolamento social em 18 de março, as empresas não param de fazer contas. O desafio é preservar a saúde diante de uma pandemia muito grave e, ao mesmo tempo, tentar manter empregos e a atividade econômica para quando essa tempestade passar.
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Nos últimos dias, diante da demora do governo federal em liberar recursos e medidas alternativas, uma parte das empresas começou a desligar empregados. Mas a Medida Provisória editada pelo governo federal na noite da última quarta-feira, dia 1º, que flexibiliza o emprego, animou um pouco boa parte das empresas.
Entre os setores que iniciaram demissões estão os de gastronomia, turismo e confecções. A Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Similares (Abrasel-SC) projeta o fechamento de até 30 mil postos de trabalho e os desligamentos já começaram.
Na indústria, as empresas enfrentam uma série de prejuízos como dificuldades para importar, produzir e queda das vendas, informa Elisa Coral, coordenadora do Observatório Fiesc. Segundo ela, esses obstáculos já causam corte de custos e algumas empresas estão demitindo. O anúncio da MP com medidas trabalhistas era necessário, avaliou a Fiesc.
No comércio, a maioria das empresas está contornando as dificuldades na crise, mas já tem gente demitindo, informa o gerente jurídico da Fecomércio-SC, Rafael Arruda. Contudo, ele diz que a MP que prevê redução de jornada e de salário ou até a suspensão do contrato de trabalho por 60 dias sem pagar salário e encaminhar para 100% de seguro desemprego trouxe esperança a muitas empresas.
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– Essas medidas trazem a possibilidade de manter o emprego e dar um fôlego para a retomada das empresas – avalia Arruda.
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Essa equação entre suspensão de atividades para preservar a saúde e o pagamento de salários é um dos maiores desafios e teria que ser resolvido pelo governo federal. Demorou, mas parece que ofereceu alternativas.
Um New Deal
Uma grande pandemia requer soluções de Estado. Isso é consenso. Uma das autoridades atentas a isso é o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior. Ele tem defendido que, após a prioridade da equalização das questões de saúde relacionadas ao novo coronavírus, que seja implantado um plano, tipo New Deal (Novo Acordo) para a recuperação da economia do país.
– A condição excepcional pela qual passamos requer medidas excepcionais. A literatura e a história nos mostram alguns caminhos para a retomada econômica, a qual passa, necessariamente, pelo gasto público – Afirma Adircélio Ferreira Júnior.
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