Uma das reinvenções da Tupy, multinacional brasileira de Joinville que é referência mundial em autopeças para veículos pesados, é o ingresso na geração de energia renovável a partir do agronegócio. São soluções que transformam resíduos em combustíveis de baixo carbono unindo tecnologias da Tupy e da nova controlada MWM.
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O presidente da companhia, Fernando de Rizzo, destaca que a empresa, diante do grande desafio que é a necessidade de oferta de energia, está adaptando grandes motores para uso com biodiesel, biometano, biogás, gás natural e hidrogênio para gerar energia e como combustível para tratores, ônibus e caminhões, em processo de descabronização.
Ao falar nesta sexta-feira no Fórum Radar Reinvenção sobre neoindustrialização, realizado nos últimos dois dias pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Fernando de Rizzo chamou a atenção sobre a imensa diferença de qualidade de vida entre regiões onde há oferta de energia e onde não há. Ao mesmo tempo, o agronegócio, em todo o mundo, produz resíduos com capacidade gigante de geração energética.
– Quando olhamos características de vidas em diferentes regiões do mundo, observamos que na África Subsariana, onde mora mais de 1 bilhão de habitantes, as pessoas vivem, em média, 62 anos. No Japão, vivem em média 85 anos. E fundamentalmente, há uma questão por traz disso. Ela está representada pelo consumo de energia. A gente precisa de energia para viver melhor – destaca Rizzo.
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Por isso, desde que a Tupy finalizou a aquisição da empresa MWM no Brasil, em dezembro de 2022, por R$ 855 milhões, passou a adaptar grandes motores para gerar energia por meio de grupos geradores em regiões remotas. Também está adaptando motores diesel para biodiesel e biogás.
– O Brasil tem um potencial de biocombustíveis muito grande. A gente consegue produzir etanol. E o resíduo da produção agrícola exportadora, especialmente frango e suíno, é muito rico em energia. Essa energia, hoje, se decompõe em lagoas. Estamos jogando esse combustível fora. Então, nós criamos máquinas que permitem utilizar esse combustível e começar a substituir combustível fóssil por aquele que é gerado pela própria produção dos alimentos – destaca o presidente da Tupy.

Segundo ele, esse processo começa com a adaptação de um motor adequado a isso. Dá para adaptar os motores para cada aplicação. Isso vai depender das atividades agropecuárias de cada região.
Conforme o executivo, no Oeste de Santa Catarina, por exemplo, toda a produção de proteínas gera um volume grande de resíduos que precisa ser tratado. Isso vai levar à produção de combustível que substitui o que é usado atualmente. Então, as cidades do oeste poderão ter ônibus completamente movidas por gases produzidos na região.
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Entre os exemplos mostrados por Rizzo na palestra estão grupos geradores de energia no interior da Amazônia que usam como combustível o olho de palma produzido na região.
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