No fim da noite desta segunda-feira, a Superintendência-Geral do Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, aprovou a compra de 51% da Gaspetro para a empresa Compass, do Grupo Cosan. A outra parte, 49%, ficou com a japonesa Mitsui. Como a Gaspetro detém 41% da SCGás, distribuidora de gás natural de SC, com a decisão a Compass passa a ter quase 21% das ações da concessionária catarinense, a Mitsui fica com 61%, a Celesc (governo de SC) segue com 17% e a Infragás tem 1%.
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Apesar de a japonesa ficar com larga participação acionária, o que mais preocupa o mercado, não só de SC como de todo o Brasil – porque a Gaspetro está em 18 estados – é a participação da Compass, leia-se Cosan. O temor envolve dificuldades para negociações de preços de tarifas mais acessíveis, a exemplo do que tem ocorrido em São Paulo.
Outra preocupação é sobre possíveis interesses em maiores investimentos para distribuir gás natural em áreas urbanas. Esses investimentos são caros e também oneram as tarifas para todos os usuários.
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Além disso, a lista de críticas inclui ainda o fato de ser apenas uma mudança de acionista, o que pode não elevar a concorrência. Essa venda da Gaspetro fez parte de acordo firmado pelo governo com a Petrobras em 2019, justamente para aumentar a concorrência na oferta de gás natural no país. Conforme o Cade, todos os pontos foram considerados e a efetivação do negócio será em 15 dias.