Entre os que foram à Assembleia Legislativa de SC (Alesc) na tarde desta quarta-feira (15) para as despedidas ao ex-governador Colombo Machado Salles, que liderou o Estado de 1971 a 1975 estiveram o governador Jorginho Mello (PL) e os ex-governadores Eduardo Pinho Moreira (MDB) e Paulo Afonso Vieira (MDB). O ex-governador Esperidião Amin (PP) esteve pela manhã.
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Na Alesc, eles falaram sobre legados deixados por Colombo Salles, principalmente na área de fomento à economia e infraestrutura. O ex-governador Raimundo Colombo, que não estava em Florianópolis, mandou um depoimento pela assessoria. Confira a seguir o que eles falaram sobre o colega que faleceu nesta segunda-feira (14) e foi sepultado nesta terça, no Cemitério Jardim da Paz.
Jorginho Mello – Ele deixou obras, deixou plano de desenvolvimento para Santa Catarina. Naquela época, em 1971, a democracia não era efetiva. Eram nomeações, mas ele foi uma grande nomeação na época do presidente Médici (Emílio Garrastazu Médici), ajudou muito a desenvolver Santa Catarina. Eu sempre conversava com ele. Tinha por ele muito carinho, pela pessoa meiga, pela pessoa educada que ele era. Um estadista! Ele cumpriu sua missão de governador de Santa Catarina e deixou legado. Na área econômica, ele construiu algumas obras. A nossa Casan foi ele que criou. Ele fez um plano de desenvolvimento econômico estadual. Isso ajudou a fazer interligação entre as regiões de SC. Esteve sempre afinado ao lado da Federação das Indústrias (Fiesc). Então, foi um homem que contribuiu, naquele momento, para o crescimento econômico de Santa Catarina.
Eduardo Moreira – No meu caso específico há uma ligação muito próxima pelo fato de nós sermos de Laguna. Ele nasceu no mesmo ano que minha mãe, foram colegas de escola. A irmã dele foi, por muito tempo, a melhor amiga da minha mãe. Mas o Colombo sempre foi uma figura muito admirada por nós, lagunenses. Ele trabalhou no Porto de Laguna. Depois, por méritos dele, como engenheiro, prestou serviços no Brasil com sucesso. Tanto que foi convocado no momento em que Santa Catarina precisava de um governo técnico. Ele exerceu exatamente um governo técnico com organização do Estado, realizações na área de infraestrutura que permanecem até hoje aí como uma herança bendita que ele deixou para nós.
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Paulo Afonso Vieira – Ele foi um governador escolhido por ser um grande técnico. Era a marca daquela época. Mas ele tinha uma grande sensibilidade social, uma preocupação com as pessoas. Então, ele não foi um governador tecnocrata. Foi um governador técnico que se sensibilizou pelas ações de desenvolvimento social. Ele também fez muitas obras. Ele teve muito forte o planejamento governamental. A equipe dele, liderada pelo professor Alcides Abreu, era de primeiríssima linha nessa área de planejamento. Era uma área importante, mas que nos anos 70 era como se fosse a cereja do bolo.
Esperidião Amin – Doutor Colombo Machado Salles deixa para nós, seus amigos – especialmente meu amigo e da dona Ângela Amin – um exemplo de cidadania, de competência e de inovação, que foram marcas características especialmente do seu governo no período de 1971 a 1975. Com obras e iniciativas que marcaram época. Colombo Salles nos deixa um legado muito importante de espírito público, dedicação e de lealdade. Para nós, florianopolitanos, deixa uma mensagem de muito carinho pelas obras que realizou na capital do Estado. Finalmente, para mim, pessoalmente, como seu amigo, me resta a apresentar sentimentos de pesar mas, ao mesmo tempo, de orgulho pelo exemplo de Colombo Salles. Quero que seus familiares levem isso em consideração.

Raimundo Colombo – O governador Colombo Salles deu ao nosso estado uma grande contribuição. Ele era um homem técnico, um engenheiro, mas tinha uma visão política ampla e, sobretudo, uma visão de futuro. O seu governo de 1971 a 1975 foi de grande desenvolvimento. Ele melhorou muito a infraestrutura do Estado. Um exemplo foi a construção da ponte Colombo Salles. Ele cuidou das pessoas, criou a Defesa Civil, transformou a atenção nas questões climáticas que hoje está tão em moda, mas estou falando de 1973, um homem com uma visão extraordinária. Era muito bom conversar com Colombo Salles, uma pessoa educada, um homem simples, humilde, alegre, acessível mas, sobretudo, uma pessoa muito inteligente, muito culta, uma referência para todos nós em Santa Catarina. Uma história bonita de contar.
Por que Colombo é chamado de melhor prefeito de Florianópolis?
Desde que encerrou seu mandato em 1975, Colombo Salles, no meio político, é chamado de “melhor prefeito de Florianópolis”. O motivo, segundo o engenheiro agrimensor Glênio Remor, que trabalhou com ele no início dos anos de 1990, esse “título informal” pegou porque quando governador, Colombo Salles fez uma série de obras relevantes para a infraestrutura, em especial ao sistema viário de Florianópolis.
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– Foi Colombo Salles quem idealizou a Via Expressa Sul com dois túneis, que foi feita posteriormente. A partir de 1992, fui convidado para executar o aterro hidráulico da Via Expressa Sul e trabalhei com ele – afirmou Remor, que também acompanhou as despedidas ao ex-governador na Alesc.
A lista de obras na cidade inclui a Ponte Colombo Salles, que foi assim denominada por decisão do parlamento do Estado, a SC-401 que leva ao Norte da Ilha e uma série de acessos a praias, entre outras.
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