Entre as decisões esperadas da COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece na Escócia até sexta-feira, está a normatização do mercado de créditos de carbono no mundo. O presidente da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), José Lourival Magri, afirma que dependendo das negociações sobre a regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, que trata sobre o tema, esses créditos podem ter um incremento e participar como mais um produto da indústria e projetos de conservação de florestas. Isso deve gerar grandes possibilidades para Santa Catarina.

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Segundo Magri, efluentes ou insumos de diversas cadeias produtivas de Santa Catarina resultam em metano e seus derivados, o que permite também a comercialização de créditos de carbono. Ele observa que além dos dejetos de suínos, bovinos e de aves, é possível obter biogás dos efluentes da indústria de processamento desses animais, que em processos anaeróbicos geram metano.

– O próprio tratamento de esgotos sanitários pode gerar biometano. Tudo depende do processo utilizado. Também podemos gerar créditos de carbono com metano evitado, quando utilizamos resíduos orgânicos para a geração de energia. Em SC, temos dois projetos pioneiros que utilizam resíduos da indústria madeireira para gerar energia. São a Usina de Cogeração Lages, da Engie, e a usina da Irani Papel e Embalagens. São gerados cerca de 350 mil toneladas de créditos de carbono por ano, que são comercializados – explica o presidente da Câmara da Fiesc.

Tanto no Brasil quanto no mundo existe um mercado não formalizado de créditos de carbono. Um projeto de lei tramita no Congresso Nacional para regulamentar esse mercado no país.

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