Um dos grandes obstáculos para enfrentar a crise atual é a dificuldade das empresas em obter empréstimos e a pouca sensibilidade do setor bancário em reduzir custos e correr mais riscos. Por isso, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, alerta que está na hora de o governo federal cobrar uma colaboração maior desse setor agora. Ele afirma que é o momento de os bancos deixarem de ter lucros exorbitantes e atuarem com taxas baixíssimas, ou até sem juro.
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Para se ter ideia de como a ausência de solução nessa área é crítica, a falta de financiamento, hoje, é a principal queixa das empresas de SC ao senador Jorginho Mello, que tem contato direto com a equipe econômica do governo federal.
Na avaliação do presidente da Fiesc, para uma parte das empresas com maiores dificuldades, recursos via Caixa Econômica Federal poderiam ser uma alternativa. Mas o sistema bancário tradicional, especialmente o privado, que lucra muito, deveria participar mais agora para atender o setor produtivo de um modo geral.
-Está na hora do sistema bancário, que ao longo dos anos, até por competência mas também pela legislação, tem sido favorecido com lucros fantásticos, dar sua colaboração, socializando um pouco esse resultado positivo que ele tem. Estamos cansados de visualizar os altíssimos resultados do sistema bancário por conta de cobrarem juros exorbitantes, cobranças de serviços exorbitantes, sacrificando sempre o sistema produtivo. Está na hora de o governo olhar esse lado e pressionar o sistema bancário – sugere o presidente da Fiesc.
Na avaliação do industrial, o sistema bancário poderia reduzir sensivelmente os custos das operações para as empresas.
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-O sistema bancário poderia emprestar com juro baixíssimo ou até sem juro, com prazo de carência – sugere ele.
Os lucros altíssimos do setor bancário brasileiro são alvos de questionamentos e críticas frequentes. Nem nos governos do Partido dos Trabalhadores eles caíram. No ano passado, os quatro maiores bancos que atuam no Brasil e estão na Bolsa somaram lucro líquido de R$ 81,5 bilhões, 18% mais do que os R$ 69,1 bilhões em 2018, segundo o portal G1. O Itaú lucrou R$ 26,6 bilhões, o Bradesco R$ 22,6 bilhões, o Banco do Brasil R$ 18,16 bilhões e o Santander R$ 14,2 bilhões.