O anúncio de pacote de R$ 43 bilhões para o setor da construção civil pela Caixa é bem-vindo, avalia o presidente do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon) da Grande Florianópolis, Helio Bairros. Segundo ele, as medidas previstas na ajuda ao setor, como colocação de crédito à disposição de empresas, postergação de pagamento de prestações são importantes para ajudar na manutenção de empregos. Segundo ele, o setor da construção, em Santa Catarina, está retomando atividade parcial, com 50% das equipes de pessoal, conforme autorizou o governo estadual a partir do dia 6 deste mês. Uma parte das empresas, as menores, voltaram na primeira semana enquanto as maiores, que precisaram estabelecer protocolos internos de segurança, vão voltar a trabalhar na próxima segunda-feira, dia 13 de abril.

Continua depois da publicidade

O industrial diz que a crise do coronavírus afeta o setor justamente no momento que começava a voltar a crescer após longo período de resultados negativos ou atividade imposta pela recessão de 2015 e 2016. No ano passado o setor ficou estagnado, se preparando para crescer e neste ano começou com vendas em alta no primeiro bimestre, projetando crescimento entre 1% e 2%.

Contudo, o empresário acredita que o setor da construção civil pode ser uma das principais âncoras para a retomada do crescimento econômico após essa crise, como ocorreu no Brasil em 2009 e 2010, quando o país iniciou a recuperação econômica após a crise do subprime – bolha de financiamento imobiliário – que explodiu nos Estados Unidos em setembro de 2008.

Foto:
O presidente do Sinduscon Grande Florianópolis, Helio Bairros (Foto: Divulgação)

– Com essas medidas que o governo está anunciando por meio da Caixa e outras para manter empregos, eu tenho certeza que em janeiro do ano que vem a construção civil será um dos setores que mais vão contratar no país. O governo está agindo certo. Eu fiz um paralelo entre as medidas de 2009 e as atuais e concluí que as anunciadas agora são mais profundas – avalia Helio Bairros.

Continua depois da publicidade

O empresário lembra que uma série de medidas de estímulo à construção no Brasil, em 2009, incluindo o lançamento do Minha Casa Minha Vida, permitiram ao setor voltar com força em 2010 e liderar a geração de empregos no país naquele ano.

A atenção especial ao setor da construção civil é importante porque ele impacta diretamente no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por movimentar mais de 70 setores econômicos. Segundo o presidente do Sinduscon de Florianópolis, o setor vivia um bom momento em Santa Catarina, com oferta de imóveis para todas as faixas de renda. Ele também enfatiza que imóvel é um dos investimentos mais seguros e tem uma dinâmica própria, bem desenvolvida no Estado, por ser um polo turístico.

– Santa Catarina, historicamente, sempre teve uma liderança econômica no setor de construção civil. Além das principais praças, São Paulo e Rio de Janeiro, o Estado sempre se destacou em Balneário Camboriú, Florianópolis e Itapema com imóveis de alto padrão que atraem investidores do Brasil. Temos um dos metros quadrados mais valorizados do país, com produtividade alta, o que nos coloca em pé de igualdade com os principais centros imobiliários do Brasil. Santa Catarina tem apelos turísticos, com uma série de atrações não muito distantes. São cidades com pouca densidade urbanística, atrações no litoral, Joinville, o Vale Europeu na região de Blumenau, as vinícolas na Serra e uma série de outros diferenciais. Tudo isso motiva investimentos em imóveis aqui – detalha Helio Bairros.

Acordo trabalhista para manter emprego

Sobre as limitações causadas pelo coronavírus, o presidente do Sinduscon da Capital diz que trabalhar com 50% do pessoal não é suficiente, mas é um bom recomeço diante da necessidade de preservar a saúde. O empresário informa que o Sinduscon da Grande Florianópolis fez um acordo abrangente com o sindicato dos trabalhadores do setor, amarrando todas as possibilidades para manter empregos considerando os interesses de ambas as partes, que pode ser parâmetro para demais setores econômicos do Estado.

Continua depois da publicidade

Entre os pontos acertados estão mais espaços para negociações do que foi proposto pelo governo, incluindo parcelamento de 13º salário, banco de horas, adiantamento de férias e outras medidas.