O avanço do coronavírus apresenta novos problemas que exigem soluções imediatas. Atento a isso, enquanto se mantém em isolamento para esperar o resultado do segundo teste do Covid-19 (o primeiro deu negativo) porque participou do seminário nos EUA com o presidente Jair Bolsonaro, o senador catarinese Jorginho Mello deu duas sugestões ao governo federal: implantação da telemedicina e a definição de um auxílio temporário aos Microempreendedores Individuais (MEIs). Esse socorro aos microempreendedores o parlamentar sugeriu diretamente ao presidente Jair Bolsonaro por meio de um ofício, no qual alerta que o Brasil tem quase 10 milhões de MEIs.

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Jorginho Mello sugeriu na noite desta terça-feira ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a adoção de telemedicina no país via Medida Provisória, e o ministro disse que vai encaminhar essa mudança. O senador propôs a medida porque recebeu sugestões de médicos, teve acesso a um abaixo assinado virtual que está circulando no meio médico brasileiro e também ouviu pacientes catarinenses que tiveram dificuldade para ter acesso ao exame para detectar o coronavírus.

No abaixo assinado, os médicos argumentam que a telemedicina permite a troca de informação para diagnóstico, tratamentos e prevenção à distância, evitando contatos e, assim, reduzindo a difusão do vírus.

Um dos que sugerem a medida para o Brasil é o médico catarinense Marcelo Tournier, ex-diretor do Instituto Sesi de Inovação, que hoje trabalha numa empresa de tecnologias para saúde no Vale do Silício. Ele destaca que um dos diferenciais do êxito da Coreia do Sul no combate ao coronavírus foi o atendimento de pacientes pelo celular, com a realização de coleta para exame no carro, sem que tivessem contato com outros pacientes e outras pessoas. Ele cita também um exemplo dos Estados Unidos, onde é possível a um doente consultar por telefone, receber a receita de um médico no celular e ir à farmácia comprar medicamento, onde há um protocolo biológico com distância entre os clientes.

Em SC, por exemplo, na rede particular é preciso pegar o pedido do exame médico em papel para depois solicitar ao laboratório o teste do Covid-19, por exemplo. Isso deveria ser digital. E no serviço público de saúde, o atendimento aos pacientes com sintomas de Covid deveria ser como na Coreia e não sugerir que busquem uma unidade de saúde onde outras pessoas sem o coronavírus também estão sendo atendidas em função de outros problemas.

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Ajuda aos MEIs

Outro pleito do senador Jorginho foi o ofício ao presidente Jair Bolsonaro sugerindo uma bolsa de auxílio aos microempreendedores individuais (MEIs) de dois salários mínimos, o equivalente a R$ 2.090. Isso porque, com o isolamento das pessoas, essas pequenas empresas terão muita dificuldade para vender serviços e produtos.

– Com a população brasileira praticamente entrando em quarentena, diversos eventos que iriam ocorrer acabaram por serem devidamente cancelados, eis que a saúde de nossos cidadãos poderia ser colocada em risco. Porém esses cancelamentos acabam por trazer um outro grave problema para nossa economia. Atualmente, os microempreendedores já somam o número aproximado de 9,7 milhões de brasileiros. Cumpra ressaltar que, em sua maioria, os microempreendedores exercem as atividades de comércio e serviço voltadas para estes eventos e, devido a sua total paralização, muitos não terão nenhum tipo de renda para alimentar suas famílias e terão que encerrar suas atividades aumentando ainda mais o número de desempregados – argumenta Jorginho no ofício.

Para se ter ideia de como a abertura de CNPJ como microempreendedor individual está sendo a solução para a falta de emprego ou para as mudanças tecnológicas basta ver o exemplo de Santa Catarina, o Estado com a menor taxa de desemprego do Brasil – 5,3% segundo o IBGE. Do começo do ano até o dia 9 deste mês foram abertas mais de 32 mil empresas no Estado e, dessas, 79% foram MEIs.