A semana que se inicia é decisiva para o governo federal anunciar mais liberações de recursos a setores econômicos ainda não contemplados e para definir como vai fazer chegar o dinheiro a todos os segmentos da sociedade que necessitam: empresas e pessoas em vulnerabilidade social.
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Faltam apenas sete dias úteis para o último prazo do pagamento dos salários, que pela lei, no Brasil, precisam ser depositados até o quinto dia útil de cada mês. Em abril, o quinto dia útil será na terça-feira da próxima semana.
O segmento de microempresas e microempreendedores individuais, os MEIs, ainda não foi contemplado com linhas específicas de crédito do governo federal. Nesse grupo está a grande maioria das empresas do Brasil, que são as microempresas, que faturam até R$ 360 mil por ano, e os MEIs, que faturam até R$ 81 mil por ano. Parlamentares de SC estão cobrando solução para esse grupo junto ao governo federal.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de uma entrevista virtual sábado à noite, com empresários de todo o país, promovida pela XP Investimentos. Ele falou que o governo federal já autorizou a liberação de aproximadamente R$ 750 bilhões e poderá liberar mais ainda se necessário. Neste domingo, o Supremo Tribunal Federal autorizou a União a descumprir os controles fiscais em função da pandemia.
Isso dá liberdade ao Ministério da Economia tomar mais decisões e mais rapidamente, como requer essa guerra que o mundo enfrenta contra o coronavírus.
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A grande dúvida também é como esses recursos chegarão, com urgência, a quem precisa. Várias ofertas de bancos estão exigindo garantias muito rígidas.
Sobre a situação das empresas, um monitoramento feito pelo Sebrae apontou que na primeira semana de isolamento social, 74% das pequenas empresas do Estado tiveram perda de faturamento. E uma pesquisa feita pela Fipe apurou que 50% das empresas de capital aberto, que estão na bolsa, têm condições de arcar com três meses de despesas.
A demora nas liberações e as dificuldades para obter empréstimos são as principais causas da angústia dos empresários. Em Santa Catarina, já foram grandes e ainda continuam pressões de entidades do setor empresarial para suspender gradativamente o rígido isolamento social, fazendo uma reabertura gradual da economia.
Mas como o pior da pandemia do coronavírus não chegou ainda e as autoridades mundiais de saúde estão cobrando do Brasil que é preciso fazer isolamento social, preferencialmente de 75% da população, a solução da economia deverá vir principalmente com recursos do governo federal, que tem o poder de emitir dívida futura.
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