Pesquisa sobre o impacto econômico da pandemia Covid-19 em Florianópolis apurou que 12.500 trabalhadores de micro e pequenas empresas perderam emprego e 88% dos empresários registraram queda média de 84% do faturamento, o que resultou em perda de receita bruta total de R$ 480 milhões. A pesquisa foi feita pelo Sebrae/SC, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).

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Foram entrevistados 298 empresários da Capital, em pesquisa que tem índice de confiança de 95% com margem de erro de quatro pontos percentuais para cima ou para baixo. O município tem 78,7 mil pequenos negócios e, desses, 34.750 são micro e pequenas empresas. Do total de entrevistados,17,8% informaram ter feito demissões, numa média de duas pessoas cada empresa.

O levantamento segue os mesmos critérios do estadual feito pelo Sebrae e divulgado nesta quinta-feira, que aponta demissão de 148 mil trabalhadores em Santa Catarina e perdas de faturamento por pequenos negócios da ordem de R$ 4,4 bilhões.

A pesquisa sobre Florianópolis mostra que 82,2% dos empresários mantiveram o quadro de pessoal do negócio, aguardando medidas do governo federal para salvar empregos, o que só veio na quarta-feira à noite, com a MP que permite postergar salários ou pagar parcialmente.

O diretor técnico do Sebrae/SC, Luciano Pinheiro, diz que são números expressivos que impactam diretamente as empresas e a sociedade porque essas milhares de famílias ficaram sem renda.

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– Sabemos que a luta contra o coronavírus é fundamental, mas não podemos esquecer esses números para trabalhar na busca por um equilíbrio – alerta Pinheiro.

O presidente da Acif, Rodrigo Rossoni, critica a falta de urgência do setor público em oferecer solução para o problema do emprego.

– Todos devem participar, e nesse momento só quem está sofrendo na pele a questão econômica são os trabalhadores da iniciativa privada. Os governantes precisam de um olhar urgente para essa realidade, oferecendo soluções e dando o exemplo – disse Rossoni, ao observar que esse problema que aparece na estatística do emprego era sentido nas conversas entre os empresários, que sofrem os impactos dessa calamidade que o coronavírus está causando na vida das pessoas.

O presidente da CDL de Florianópolis, Ernesto Caponi, avalia que a situação é crítica e preocupante. Segundo ele, a CDL está empenhada em ações para auxiliar os associados a minimizar perdas nessa busca do equilíbrio entre a saúde e a atividade econômica.

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