O avanço do coronavírus na Itália, com a morte de sete pessoas na região de Milão nos últimos dias, derrubou as bolsas do mundo nesta segunda-feira e, nesta terça, provoca comportamento variado no mercado financeiro da Ásia e Europa. Casos em outros países como na Espanha, Suíça e Croácia também começam a preocupar mais o mercado financeiro.
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Como ainda não sabe como o vírus se propaga – se as pessoas simplesmente contaminadas ou as que tiveram gripe e já foram curadas seguem difundindo a doença – as incertezas continuam e o pânico, em muitos casos, pode provocar retração ainda mais negativa na economia.
Por enquanto, o problema não afeta muito a atividade econômica em Santa Catarina. As agroindústrias foram aconselhadas a reduzir embarques de carnes para a China e algumas indústrias que utilizam componentes importados do país asiático estão com dificuldades para operar algumas linhas de produção. Mas não se fala, ainda de desabastecimento de produtos industrializados fabricados no Estado.
Já indústrias de eletrônicos do Brasil, especialmente de celulares, enfrentam falta de peças e tiveram que parar linhas de produção, informou a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), ao destacar que a maioria dos componentes vem China ou outros países da Ásia.
O Porto de Itajaí, uma das principais entradas de produtos importados por Santa Catarina, não notou queda expressiva de movimentação de cargas ainda. Vai divulgar relatório completo, já com impacto do coronavírus, no fim do mês. Isto porque em janeiro o problema não afetou o comércio exterior.
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Risco provável
Desde que aconteceu a Sars em 2003 (um coronavírus na China) e outros casos, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem mostrado preocupação com esse tipo de risco. Vale destacar que na Assembleia Geral das Nações Unidas realizada em meados de setembro do ano passado foi apresentado um relatório chamando A World At Risk alertando justamente sobre esse perigo de vírus e a necessidade de adotar todas as prevenções possíveis.
Diante da forma como o vírus está sendo disseminado pelo mundo, é muito provável que sejam registrados casos também no Brasil. As instituições públicas de saúde, especializada nesse tipo de tratamento de doenças, contagiosas informam que estão preparadas, mas é importante que o setor público prepare recursos para auxiliar pessoas de menor renda.
Se a atividade econômica for suspensa em período de quarentena, muitas pessoas que trabalham por conta própria enfrentarão mais restrições de renda. Na China, onde o problema começou, há empresas atrasando salários ou até demitindo devido às consequências negativas da doença.
A luz no fim do túnel é que existe um esforço para desenvolver logo uma vacina. A farmacêutica americana Morderna Inc. informou na noite desta segunda-feira (24/02) que enviou uma vacina para um teste ao governo americano, conforme informações do Wall Street Journal.
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Os primeiros testes em pessoas serão realizados em abril. Mas como a metodologia é diferente, há dúvidas se será eficaz. Por enquanto, a melhor alternativa é a prevenção enquanto instituições financeiras reduzem projeções para o crescimento do PIB deste ano. No Brasil, a maioria recuou de aproximadamente 2,5% para pouco mais de 2% ou abaixo de 2% para o crescimento do PIB em 2020.