Com 3,9 milhões associados, os diversos ramos de cooperativas em Santa Catarina encerraram 2022 com faturamento de R$ 82,83 bilhões, 21,7% superior ao do ano anterior. As sobras totais ficaram em R$ 3,77 bilhões, 18% inferiores a 2021. O destaque para 2023 é a projeção de investimentos superiores a R$ 4 bilhões.

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O balanço do setor em 2022 e perspectivas foram divulgados nesta sexta-feira, em Florianópolis, pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Luiz Vicente Suzin, e pelo superintendente Neivo Luiz Panho.

Santa Catarina conta com organizações em sete ramos cooperativos: agropecuária, crédito, saúde, infraestrutura, consumo, transporte, trabalho e produção de bens e serviços.

De acordo com Suzin, em 2022 os investimentos dos diversos ramos somaram mais de R$ 2 bilhões e, para este ano o planejamento prevê o dobro, isto é, uma cifra superior a R$ 4 bilhões. A maioria dos projetos envolve novas unidades produtivas do agronegócio, mas cooperativas de saúde e infraestrutura de energia também vão investir.

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Responsáveis pelas maiores cifras de receita, sobras (lucros) e investimentos, as cooperativas do agro foram também as que mais geraram novos empregos em 2022. De um total de 54.069 postos de trabalho diretos, ampliaram para 57.376. Isso em função das ampliações de unidades industriais. As receitas totais chegaram a R$ 56,52 bilhões, sendo R$ 9 bilhões de exportações.

– As cooperativas do Agro fecharam o ano de 2022 com faturamento acima das expectativas. Mas os resultados ficaram aquém porque tiveram muitas despesas. Em função da guerra na Ucrânia, veio a informação de que faltaria fertilizantes. Aí nós fomos numa corrida comprar fertilizantes, o que demora três meses para chegar. Depois, esse fertilizante teve uma queda de preços. Então, tivemos custo elevado na lavoura. Isso tirou um pouco o resultado, tanto do produtor, quanto das cooperativas – explicou Suzin.

As cooperativas da área de saúde, que têm como principais as Unimeds, fecharam o ano com estabilidade na receita, da ordem de R$ 5,9 bilhões, ainda se recuperando da pandemia. O setor tem 13.710 cooperados e 8.484 empregados.

Presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, apresenta os números do setor cooperativo Foto: Estela Benetti

Outro destaque do balanço do ano passado foi o crescimento de 12% no número de cooperados, o que significa o ingresso de 422.788 pessoas. Assim, o total de associados em todos os ramos chegou a 3.909.226, o que significa 50,03% dos catarinenses considerando a população do novo Censo do IBGE, de 7,76 milhões de habitantes no Estado.

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As sobras de R$ 3,7 bilhões tiveram distribuição de acordo com cada atividade. O agro alcançou R$ 1,5 bilhão, crédito R$ 1,7 bilhão, saúde R$ 220 milhões, infraestrutura R$ 138,6 milhões, consumo R$ 68,7 milhões e transportes R$ 27,5 milhões.  

O maior ganho de novos sócios foi, novamente, no setor de cooperativas de crédito. Elas somam agora mais de 3 milhões de cooperados. Em segundo lugar estão as de infraestrutura que distribuem energia, com 418.504 sócios, seguidas por consumo 343.569 e agropecuárias com 81.629 associados.

A geração de empregos diretos está ligada diretamente às atividades de cada ramo. Na soma de todos, o setor empregou 7% mais pessoas, o que representa 5.697 novas vagas. Assim, a soma total chegou a 88.466 empregos diretos.

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