Santa Catarina encerrou 2021 com frota de 112.353 veículos que usam gás natural veicular (GNV), 2,6% maior do que a do ano anterior, que era de 109.470. O consumo do combustível subiu 13% no ano e, apesar dos últimos reajustes elevados em função do preço internacional de petróleo, hoje o GNV ainda é de 35% mais barato do que a gasolina, informa a distribuidora SCGás.

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De acordo com a companhia, durante o ano passado, a vantagem do preço do GNV frente à gasolina se manteve numa média de 50%. No último reajuste semestral, aplicado dia 5 deste mês, o preço do metro cúbico do gás subiu 24,56% e ficou em R$ 3,466.

Em função da alta demanda, a SCGás conta com plano de expansão para oferta do insumo em postos no Estado. A meta é disponibilizar em mais 36 postos, chegando a 174 no Estado. Hoje, são 138 unidades em mais de 50 cidades, dos quais 129 são por meio de rede de gás e as demais recebem gás natural comprimido (GNC).

Onde não há gasoduto, a entrega é feita por caminhão. E com a chegada do Gás Natural Liquefeito (GNL) por meio do Terminal de Gás Sul (TGS), em abril, será possível entregar também nessa nova forma.

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Apesar de sofrer as mesmas variações dos preços internacionais do petróleo e do dólar, que afetam a gasolina e o diesel, o GNV tem como vantagem o fato de ser reajustado duas vezes por ano em Santa Catarina, em janeiro e julho, conforme as normas do setor. Assim, o motorista tem melhor previsão do gasto mensal. Por isso, é o combustível preferido dos que fazem transporte individual de passageiros, em especial táxis, Uber e outros.

Uma análise histórica feita pela SCGás concluiu que o GNV é o combustível mais barato em Santa Catarina desde 2001, quando começou a ser oferecido num posto em Jaraguá do Sul. O custo menor motivou corrida ao setor naquela fase e em 2007 o Estado chegou a uma frota de 70 mil veículos usuários de GNV.

No meio dessa trajetória teve fase de cinco anos de queda, de 2012 a 2017, quando a frota recuou 1,36% e o consumo do combustível teve retração 21,56%. Essa queda foi causada pela onda de carros flex, a gasolina e etanol.

Em 2018 com a chegada da digitalização do transporte privado de passageiros, com o Uber e 99 Táxi, o consumo de gás natural cresceu 23% e a frota de carros avançou 9% no Estado. Isso porque mais motoristas decidiram optar pelo combustível mais barato. No ano de 2020, primeiro da pandemia, o consumo caiu entre março e outubro e, agora, retomou ao ritmo normal.

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Apesar de ser mais barato do que a gasolina, o que impede a maioria de usar GNV é o custo da conversão. Os valores cobrados por oficinas homologadas pelo Inmetro estão numa média de R$ 2,5 mil a R$ 7 mil em Santa Catarina, dependendo do número de cilindros usados, explica o presidente da Associação das Convertedoras de Gás Natural de Santa Catarina, Layonn Volpato. 

De acordo com o empresário, a maioria opta por um cilindro, que dá autonomia de 70 a 100 quilômetro, e depois acrescenta mais um. Se usada corretamente a tecnologia de quinta geração no kit, não há perda de potência do veículo. Quem mais converte são os proprietários de veículos de serviços de transportes e donos de SUVs, tipo de carro que gasta mais combustível por quilômetro.