Maior evento do país voltado para a indústria da construção civil, o Construsummit, realizado nesta quarta e quinta-feira (4 e 5) pelo Sienge – ecossistema de tecnologia e negócios para a indústria da construção e do mercado imobiliário do Grupo Softplan – reuniu mais de 2 mil participantes no Centrosul, em Florianópolis. Com cerca de 60 palestras, os temas mais relevantes abordados foram novas formas de crédito para construtoras, aumento de custos devido à reforma tributária e uso de inteligência artificial.

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O diretor de Estratégia e Marketing do Grupo Softplan, Guilherme Quandt, que liderou o evento, destaca que um dos maiores desafios das construtoras e incorporadoras é ter capital para iniciar e concluir um empreendimento porque 70% do recebimento dos recursos se dá na parte final da entrega do imóvel.

Então, ela precisa colocar muito capital na frente e aí precisa tomar crédito, o que nem sempre está disponível e o que existe é um crédito mais regulado pelo governo, vindo da caderneta de poupança ou do FGTS.

Crédito estruturado é nova opção

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– Agora, o que a gente vê são os bancos tradicionais e novos agentes financeiros entrando no mercado, fornecendo novas formas de crédito, que a gente chama de crédito estruturado. Mas para que isso aconteça, o mercado precisa se organizar para que ele tenha um nível de governança mais alto, justamente para que os agentes financeiros sintam-se à vontade de fornecer crédito,  consiga separar o devedor duvidoso do bom pagador e o mercado consiga acelerar nesse processo novas formas de crédito – explica Guilherme Quandt.

Guilherme Quandt, diretor de Estratégia e Marketing do Grupo Softplan (Foto: José Somensi Fotografias)

Dentro desses formatos de crédito estruturado para construtoras e incorporadoras estão fundos de investimentos imobiliários (FIIs), letra imobiliária garantida (LIG) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Para os clientes finais dos imóveis, o mercado financeiro tem as linhas de crédito específicas, pela Caixa e outros bancos.

Segundo Guilherme Quandt, este ano de 2024 pela queda dos juros e outras questões conjunturais, será o melhor ano de crédito imobiliário da história do país. O Produto Interno Bruto (PIB) da construção deverá crescer 3% este ano.

Reforma tributária encarece imóveis

Outro tema relevante debatido no Construsummit, em Florianópolis, foi o futuro impacto da reforma tributária no setor, com risco de elevação de preços. Embora seja uma indústria, setor que é favorecido pela reforma, o imóvel tem no terreno e na mão de obra mais de 50% do seu custo.

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– Se a reforma tributária permanecer como está hoje, a tendência é que haverá reajuste no preço dos imóveis a partir de 2027. Isso porque a primeira etapa da reforma começa em 2026. Dependendo do caso, os aumentos de preços de imóveis poderão chegar a 20% porque o incorporador não tem margem para absorver os novos custos – alertou Guilherme Quandt, que acompanhou painéis sobre o tema.  

IA para ganhar produtividade

Sobre o uso da inteligência artificial na indústria da construção, o diretor executivo do Sienge observa que o avanço está sendo concentrado para evitar tarefas repetitivas e demoradas. Ela não substitui o trabalho de execução de obras. A novidade nessa fase é que estão surgindo muito mais soluções pré-prontas, ou seja, partes de construção estão sendo feitas em fábricas e não no canteiro de obras.

– Acreditamos que a inteligência artificial vai tornar as pessoas mais produtivas no dia a dia, reduzindo rotinas de um escritório de forma geral. A inteligência artificial, pode colaborar para que essa produtividade atual avance de 10% até 30% conforme o caso, trazendo ganho de tempo. Nossas soluções de software começam a olhar para essas rotinas e embarcar a inteligência artificial nesses processos para gerar esse ganho de tempo, essa maior produtividade – explica Guilherme Quandt.

O ecossistema Sienge foi quem motivou a criação do evento Construsummit, que agora chegou a um espaço maior, o Centrosul, na sua sexta e maior edição. Líder de mercado, com mais de 9 mil empresas clientes de todo o Brasil, o Sienge atende diversas demandas de tecnologia da cadeia de construção, com soluções próprias ou de parceiros para toda a jornada construtiva.

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