O setor de construção civil da Grande Florianópolis encerrou o quarto trimestre de 2021 com recuo de 7% no número de lançamento de empreendimentos habitacionais frente ao trimestre anterior. E a capital fechou o ano sem lançamento de imóveis de preço mais acessível, aqueles do programa Casa Verde e Amarela, com valores de até R$ 209 mil. Essas informações foram apuradas pela Brain Inteligência Estratégica e são debatidas em talk show, agora no fim de tarde, promovido pelo Sindicato da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon) na sede da Associação Empresarial de Florianópolis (Acif).

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Segundo o presidente do Sinduscon, Marco Aurélio Alberton, esse recuo de lançamentos no fim do ano era esperado em função da queda do ritmo de atividades pela alta de juros e outras razões. Contudo, a expectativa é de crescimento do setor para este ano. Segundo ele, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresceu no país 9,7% em 2021 após queda de 6,3% em 2020. Para este ano, a projeção é de expansão de 2%, mas o setor, na região, acredita que pode crescer mais.

Nos municípios de Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu, no quarto trimestre do ano passado a liderança ficou para lançamentos de apartamentos de dois dormitórios. Foram lançadas 1.443 unidades e, desse total, mais da metade, 744, ocorreu na Capital, onde predominam imóveis de alto padrão.

Ainda em Florianópolis, o preço médio do metro quadrado, no último trimestre do ano chegou a R$ 12.196. O menor valor ficou em R$ 3.100 por metro e o maior, em R$ 27,921. O Custo Unitário Básico (CUB) do setor, no Estado, no ano passado, teve alta de 15,74% e a inflação do setor subiu 28,58%.

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Zero lançamento de imóveis populares

A informação da Brain Inteligência sobre de zero lançamento para imóveis populares em Florianópolis, preocupa o setor da construção e a cidade. Para o presidente do Sinduscon da região, Marco Aurelio Alberton, a falta de imóveis por preços de até R$ 209 mil, dentro do programa Casa Verde e Amarela, retrata o alto custo de terrenos na Ilha de SC e a falta de opções para as construtoras.

Segundo ele, as mudanças propostas no plano diretor da cidade incluem alternativas para viabilizar unidades populares. O ideal seria que alterações como autorização de imóveis mais altos ou uso de índices fossem aprovadas e colocadas em vigor este ano. O principal obstáculo é o custo do terreno, mas não é o único.

– É um tremendo desafio fazer imóveis no padrão econômico também pela inflação registrada na construção civil. Isso porque o custo é o mesmo para imóveis de maior ou menor valor. O que muda são os acabamentos – observa Alberton.

No evento do Sinduscon na Acif serão discutidos outros temas do setor, como crédito e cenários. O talk show terá palestras do economista Pablo Bittencourt sobre cenários, o superintendente da habitação da Caixa, Leonardo Saquete Gonçalves falará sobre linhas de crédito e o sócio da Brain Inteligência de Mercado, Guilherme Werner, detalhará a pesquisa. A mediação será de Alberton.

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