Companhia de energia lucra menos, mas receita líquida cresce 29%

Maior geradora privada do país, a Engie Brasil Energia, que tem sede em Florianópolis, fechou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 490 milhões, 34% menor do que o do mesmo período do ano passado. A receita líquida de vendas alcançou R$ 3,208 bilhões, com crescimento de 28,7% frente ao mesmo trimestre de 2019, em função de reajuste de preços e diversificação de negócios. O recuo no lucro líquido teve como principal causa a receita não recorrente de R$ 212 milhões, obtida no mesmo período do ano passado.

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A pandemia não tem afetado muito os resultados da empresa porque os contratos do setor elétrico contam com compensações visando a estabilidade mesmo durante crise, por se tratar de insumo estratégico. Segundo o presidente da companhia, Eduardo Sattamini, que também é diretor de Relações com Investidores, no terceiro trimestre a Engie colheu resultados da diversificação de negócios. Além da geração de energia, a empresa entrou no segmento de distribuição de energia e gás natural.

As principais causas do aumento da receita líquida de vendas foram o reajuste de 3,8% no preço de venda de energia, melhores resultados nas operações de curto prazo em operações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e exportação de energia. O impacto da Covid-19 apareceu no consumo, que caiu 4,3% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2019. Mas na comparação com o segundo trimestre deste ano, houve crescimento de 6,9%, o que indica retomada gradual da economia.

Os investimentos foram de R$ 1,147 bilhão no período de julho a setembro. Desse total, R$ 327 milhões tiveram como destino o pagamento de parte da TAG, a Transportadora Associada de Gás, adquirida pela companhia ano passado.

No mês de outubro, a empresa passou a enfrentar pressão na área ambiental para realizar a obra de transmissão de energia no trecho Ivaiporã-Ponta Grossa e Ponta Grossa-Bateias no Paraná, que integra o novo Sistema de Transmissão Gralha Azul. Uma liminar concedida em resposta a uma Ação Civil Pública (ACP) em 15 de outubro suspendeu as obras do trecho e outra ACP pede a suspensão integral das obras e das licenças ambientais do projeto.