A partir de maio, Santa Catarina passa a ter o Hospital Unimed Grande Florianópolis com gestão da Sociedade Beneficiente Israelita Brasileira Albert Einstein, de São Paulo, que oferece um dos melhores serviços do mundo na área de medicina hospitalar. No evento do acordo com a instituição catarinense, oficializado sexta-feira pela diretoria das duas instituições no hospital, em São José (SC), o presidente do Einstein, Sidney Klajner, destacou em entrevista para a coluna que esse diferencial é alcançado pela qualidade e segurança dos serviços prestados.
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Segundo ele, o Einstein cuida da forma de tratar, da prevenção, daquilo que sabe que é um desperdício caso não seja feito, um desperdício de recurso, desperdício de vidas, quando você tem chance de prevenir o aparecimento de uma condição ruim de saúde e não faz.
Um exemplo da eficiência do Einstein é na gestão do hospital municipal de Aparecida de Goiânia, onde a melhora do atendimento dos internados resultou em menor tempo de internação. Com mais saúde, os doentes tiveram alta mais rápido e isso duplicou a capacidade de atendimento do hospital.
O Hospital Israelita Albert Einstein, de SP, acaba de ser eleito o 28º melhor hospital do mundo pelo ranking da revista americana Newsweek. Também foi o melhor do Hemisfério Sul e da América Latina. Esse é resultado dessa excelência em qualidade. Saiba mais sobre a instituição na entrevista do presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Kleiner.
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O que é o Einstein, hoje, e por que ele está aqui fazendo um acordo com o Hospital Unimed da Grande Florianópolis?
– Hoje, o Einstein é um sistema de saúde que busca entregar aquilo que a gente elegeu como propósito, que é uma vida mais saudável para qualquer ser humano, não importa onde ele esteja, através de uma gota de Einstein.
E para isso a gente tem um desenho estratégico que envolve assistência à saúde, que envolve o ensino e educação de pessoas da população, das pessoas que a gente entende que são responsáveis também por um autocuidado.
E uma terceira vertente de pesquisa e inovação a fim de que tudo isso seja cumprido, seja no ensino, na educação, quanto na assistência, com o propósito tendo como base de sustentação a responsabilidade social.
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A responsabilidade de uma organização que entende que um dos principais componentes dessa essência que se transforma no propósito é a equidade de saúde. E você ter a mesma qualidade de atendimento, a mesma qualidade da prevenção e do acesso à saúde, para qualquer ser humano.
É isso que a gente busca, e é por isso que o Einstein está aqui hoje, como forma de exercer ainda mais esse propósito de escalar, para que a população que hoje é assistida pelo Hospital Unimed Grande Florianópolis tenha condição, numa construção conjunta, de receber o que existe de melhor de prática assistencial em relação à qualidade, à segurança, a novas tecnologias, à alta complexidade. E isso a gente tem, hoje, com base na experiência desse ecossistema, condições de entregar.
É por isso que vocês participam da gestão de vários hospitais em São Paulo, inclusive públicos?
– A principal forma que a gente tem, hoje, para escalar a atividade e poder entregar esse propósito é através de parceria, parceria governamental. Na verdade, nós temos 31 unidades com a Prefeitura de São Paulo, nós temos unidades de parceria com o Estado (de SP) e nós temos uma relação com o Ministério da Saúde, onde a gente entra com projetos para o SUS, exclusivamente para o SUS, e no montante que é exatamente aquilo que qualquer organização filantrópica tem isenção de algumas cotas de impostos.
Então, o modo de a gente escalar é o modo de atingir grandes populações porque o nosso Sistema Único de Saúde é arrojado o suficiente para atender 203 milhões de brasileiros.
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E a gente pode contribuir naquilo que, talvez, o Sistema Único tenha mais dificuldade. E é onde a gente acaba se desenvolvendo com relação à gestão, à qualidade de segurança e novos formatos, adotando tecnologia para que a equidade fique mais próxima.
Isso acontece aumentando o acesso, expondo o mesmo tipo de atendimento à população, com os mesmos equipamentos, mesmas formas de tratar, mas, principalmente, na forma da prevenção, daquilo que hoje a gente sabe que é um desperdício caso não seja feito, um desperdício de recurso, desperdício de vidas, quando você tem chance de prevenir o aparecimento de uma condição ruim de saúde e não faz. Então a gente tem, hoje, a noção de que a gente pode contribuir.
Que exemplo o senhor daria sobre o que pode ser feito para melhorar o sistema de saúde?
O Brasil é um país bastante diverso. E a dimensão do Brasil mostra que os estados, as regiões, têm necessidades diferentes. Então, do modo como, hoje, o Sistema Único de Saúde é configurado, ele é gerido, essas diferenças estaduais nem sempre são contempladas.
Então, um exemplo: a gente sabe que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na Região Norte, em Manaus é muito abaixo de outras regiões do nosso país, apesar de ter o terceiro polo industrial mais importante, que é Manaus.
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Isso, para nós, gira como uma oportunidade. E para fazer jus a essa oportunidade, a gente acaba levando para lá, da forma que a gente consegue vencer a barreira logística, até atendimento secundário, consulta especializada para população que demoraria 24 horas de barco para chegar na referência.
A gente leva um centro de inovação, que deverá ser inaugurado agora, daqui duas semanas, lá em Manaus. Um hub de inovação para aproveitar o que tem de pesquisa e desenvolvimento (P&D) naquela região, para gerar mais inovação.
A gente implementa processos hoje inovadores, que estão sendo validados como, por exemplo, diminuir mortalidade materna através de Inteligência Artificial Generativa, que capacita médicos que não são obstetras para lidar com gestantes no pré-natal.
A gente sabe que a grande causa da mortalidade lá ser maior do que no resto do país é a falta de profissionais especializados. Então, essas oportunidades nem sempre são vistas no cotidiano de quem gere a saúde de um país tão grande. E a gente sabe que, com isso, podemos contribuir de uma maneira a mudar de fato a qualidade de vida daquela região.
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Qual é a importância para o Einstein desse acordo com o Hospital Unimed?
– No momento que a gente tem como propósito levar a gota do Einstein para melhorar a qualidade de vida e de saúde da população em geral, a relação que a gente tem com a Unimed aqui, é uma forma a mais para que a os pacientes atendidos pela Unimed possam, também, ter o que existe de melhor em relação à qualidade e segurança do tratamento.
Ao longo do tempo, também desenvolvemos a capacidade de gerir dentro de outras organizações. Essa é a nossa primeira iniciativa no sul do país e uma das primeiras com uma entidade que não é Sistema Único de Saúde, mas que tem uma grande população que vai se beneficiar com práticas, processos, protocolos, gestão de corpo clínico, capacitação de corpo clínico e, principalmente, na gestão, otimizar os recursos que já existem e diminuir desperdício. E a gente pode contribuir.
Vocês têm algum outro acordo sendo negociado aqui em Santa Catarina ou na Região Sul?
-Neste momento, não. O acordo que estamos comemorando hoje é com a Unimed.
Por que o Einstein é um hospital tão eficiente e respeitado, o 28º melhor do mundo segundo o ranking da revista Newsweek?
– É uma boa pergunta, mas eu acho que existe aqui até uma obsessão. É uma obsessão que vem muito da essência e dos preceitos dos fundadores da Sociedade Beneficência que ele foi fundado, que são parecidos com os que vêm do judaísmo, de boas ações, de responsabilidade social, de ensino, de geração de conhecimento e de assistência à saúde.
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Mas essa obsessão se transforma num pensamento de que tudo aquilo que a gente faz pode ser melhorado. E, no bom sentido, a gente nunca está satisfeito. A gente não está satisfeito daquilo que entregou, mas poderia entregar mais. E, desde a fundação, com um mecanismo inovador. Então, a gente testa aquilo que a gente pode, com o nosso conhecimento, imaginar que pode dar certo e, quando dá certo, realmente dá certo.
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