Nascidos em Tangará, no Oeste de Santa Catarina, os irmãos Raul e Hercílio Randon migraram com a família para a Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, onde, em 1949, fundaram uma empresa de reforma de motores industriais, a Randon, que evoluiu para fábrica de semirreboques e seguiu avançando e se tornou um conglomerado multinacional. Com diversas empresas, 32 fábricas, 16 mil empregos diretos e receita líquida de R$ 11,2 bilhões em 2022, o grupo adotou em maio deste ano o nome Rondoncorp.
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Em palestra no fórum sobre neoindustrialização realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) sexta-feira (20), o presidente da Rondoncorp, Danel Randon, filho de Raul, falou sobre investimentos em SC, que incluem diversos negócios, entre os quais nanotecnologia e derivados.
Na lista de empresas da holding Randoncorp em SC estão a fábrica de implementos em Chapecó, que faz carrocerias frigoríficas e outras, a unidade de freios Fremax em Joinville, consórcios Racon e outros.
Na fronteira da tecnologia, está a Nione, em Içara, empresa da Randon e da Fras-le que é pioneira no mundo em nanopartículas de óxido de nióbio, insumo utilizado em diversos produtos industrializados. O destaque dessa unidade com nióbio é tinta com resistência até quatro vezes maior, feita em parceria com a WEG Tintas.
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– Isso, para nós, tem sido uma oportunidade ímpar. Aqui, a gente está perto também das universidades locais. Para nós, Santa Catarina tem sido importante no crescimento em tecnologias disruptivas. Temos utilizado bastante esse estado para parcerias. A WEG é nossa parceira nessa tinta com nanotecnologia, que é resistente à corrosão, além de ser à base de água, sem solventes, com cura em menos tempo e menos temperatura que as outras. Isso, para nós, tem sido exemplo de tecnologias disruptivas – afirmou Daniel Randon.
Segundo ele, quando se fala em neoindustrialização, tem que trabalhar muito com a visão de uma indústria de futuro, com impacto menor no meio ambiente, com maior valor agregado e que possa atender as demandas dos clientes e stakeholdes também.
– Na área de pesquisa e desenvolvimento, temos o Instituto Hercílio Randon que é um instituto de ciência e tecnologia onde a Randoncorp é a apoiadora. Temos aproximadamente 60 pessoas que se conectam com startups e outros colegas. São mais de 200 pessoas conectadas nesse trabalho, das quais 97 são doutores. Temos trabalhado em vários projetos. São 17 áreas diferentes e mais de 60 projetos em desenvolvimento. Vai desde tinta, fundidos, peças e até cosméticos – destacou o empresário.

Ele explica que um cosmético também resultou do uso de nanopartículas da Nione. Um dos trabalhos foi criar um creme de proteção para soldadores, para reduzir os efeitos do raio da solda. E isso mostrou potencial maior, para outros produtos.
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– Nesse experimento, vimos que tem outras vantagens em cosméticos. Com uma startup, começamos a identificar oportunidades. Nosso futuro não é produzir cosméticos, mas, sem dúvida, vamos explorar isso com outros parceiros – disse Daniel Randon.
Na área de mobilidade elétrica e sustentabilidade, a Randon se destaca com solução exclusiva para semirreboques. Criou um eixo auxiliar elétrico que reduz em até 25% o consumo de combustíveis, dando uma potência de 200 HPs ao conjunto nas subidas. O sistema, denominado E-Sys, foi criado em parceria com a Suspenys, uma das empresas da Randoncorp.
A propósito, na última quinta-feira, a Suspenys motivou alta das ações da Randoncorp (RAPT4) na bolsa B3. O motivo foi contrato de fornecimento de eixo dianteiro para nova montadora em São Paulo. O nome do novo cliente não foi revelado, mas como o contrato é para 10 anos, com estimativa de receita de R$ 7 bilhões no período e inclui a Suspenys como fornecedora de peças originais para montadora, foi fato relevante que elevou preços das ações.
No setor de veículos, a Randoncorp é montadora por atuar na produção de semirreboques, carrocerias sobre chassi e também na produção de vagões ferroviários. Na palestra, Daniel Randon informou que o grupo passa por transformação digital. Em 2022, investiu R$ 131 milhões em pesquisa e desenvolvimento nas áreas em que atua e registrou 64 patentes.
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Com produção no Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Índia e China, as empresas Randon têm presença comercial em mercados de mais de 120 países. Com isso, estão avançando em receita internacional. Em 2022, do total da receita, 22% vieram do exterior.
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