Diante da realidade de que o isolamento social é a melhor solução para enfrentar o inimigo invisível que causa a gravíssima doença Covid-19, a melhor solução para o trabalho passou a ser o home office, quando possível. No início de abril, uma pesquisa da Ticket apurou que na Região Sul do Brasil, 74% dos trabalhadores estavam com teletrabalho. Pesquisa da Hibou e da plataforma de dados Índico, que ouviu 2.400 pessoas no país, apurou que agora 60% dos trabalhadores brasileiros estão em home office. Desses, 40% utilizam tecnologias como teleconferências e redes sociais.

Continua depois da publicidade

Uma parte dos trabalhadores já estava acostumada a essas tecnologias, embora, na maioria das vezes, atuasse pessoalmente. Mas certas carreiras desenvolviam o trabalho somente de forma presencial e, de um dia para outro, tiveram que interromper atividades. Nesse grupo estão psicólogos, personal trainers, fisioterapeutas e outros. A maioria dessas carreiras conseguiu se reinventar, fazendo atendimentos virtuais.

Tudo isso está sendo possível porque empresas e famílias já contavam com internet em diversos dispositivos, como computadores, celulares servidores e outros para trabalhar ou se comunicar, observa Amílcar Scheffer, diretor da Unidade de Redes da Intelbras, empresa que desenvolve essas tecnologias para internet.

“É graças a essa tecnologia e a seus equipamentos, que vão desde os mais complexos, como redes de fibra ótica, aos mais simples e presentes no nosso dia a dia, como roteadores, que nos conectamos à Internet e conseguimos realizar lives, videochamadas e conversar com clientes utilizando aplicativos como o Zoom, Google Meet, Microsoft Teams, entre outros”, detalha Scheffer

Trabalho que foi para as telas

Continua depois da publicidade

Entre as profissionais que se reinventaram nessa quarentena que em Santa Catarina chega a 55 dias nesta segunda-feira (11/05) está a professora de Yoga Camila Reitz, de Florianópolis, dona do Studio Hatha Vinyasa Yoga.

Foto
Professora de Yoga, Camila Reitz criou curso à distância (Foto: Divulgação)

– Eu tinha um certo preconceito em utilizar a tecnologia para promover meu trabalho, pois eu ministro cursos presenciais e o contato aluno x professor é muito importante no Yoga, portanto, não acreditava muito nas atividades online. Internet era mais inspiração para as pessoas conhecerem o meu trabalho. Mas, com a pandemia, tive que me reinventar: decidi montar um curso online com cinco aulas, que já está à venda e, também, estou realizando lives gratuitas no Instagram em conjunto com outros instrutores do estúdio e ministrando aulas pagas ao vivo pelo Zoom – informa Camila.

Ela reconhece que graças à tecnologia, o Yoga está presente atualmente na vida e na casa das pessoas.

– É extremamente importante ter uma rotina de cuidar da mente, corpo e alma, principalmente nesse momento tão difícil. A Internet aumentou isso e manteve meu negócio ativo – avalia ela.

Continua depois da publicidade

A educação a distância, com o uso de diversas tecnologias, mostra que veio para ficar. De acordo com estimativa do coordenador de desenvolvimento humano do Banco Mundial para o Brasil, Pablo Acosta, cerca de 47 milhões de alunos estão sem aulas presenciais desde o fechamento das instituições para conter a propagação do novo coronavírus no país. Por isso, as aulas online se tornaram a saída para todos continuarem estudando. Pena que uma parte dos estudantes do país

Diante dessa realidade, as secretarias de educação municipais e estaduais autorizaram aulas online para a rede a rede pública e privada de ensino. Infelizmente, nem todos podem estudarem casa porque falta acesso à internet. Nas cidades, a tecnologia chega em 70% dos lares e no campo, a 44%, segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic).

Entre os professores de escolas públicas que estão ministrando aulas à distância, com vídeos ou outras tecnologias, está Paula Serodio, professora de inglês da rede municipal de ensino de São José, na Grande Florianópolis.

Foto
A professora Paula Serodio criou aulas virtuais de inglês (Foto: Divulgação)

– As diversas ferramentas que a tecnologia apresenta abrem um enorme leque para trabalharmos, no entanto o desafio é grande, pois o processo de ensino-aprendizagem exige muito do envolvimento e proximidade entre professor e aluno. Eu e muitos professores nos vimos, nos últimos dias, pesquisando, fazendo cursos online e assistindo diversos tutoriais para nos replanejarmos e continuarmos desenvolvendo e proporcionando um ensino de qualidade – explica Paula.

Continua depois da publicidade

O novo desafio exigiu esforço e adaptações.

-Tive que me adequar à nova rotina. Deixar a timidez de lado e me acostumar com as câmeras, aprender a editar vídeos e melhorar habilidades digitais que já possuía. Tenho dois filhos, um de quatro e outro de nove anos, ambos tendo aulas virtuais em casa, as quais precisam do nosso auxílio além das atividades extras. Apesar dos desafios, tenho certeza de que iremos nos reinventar para alcançar nossos alunos e levar até eles o nosso melhor – comenta a professora.

O isolamento social provocou um aumento de 40% no consumo de internet banda larga no Brasil, segundo as empresas de telefonia. O que puxa esse consumo, segundo elas, é o maior uso de redes sociais, com vídeo, lives, stories e outras formas de comunicação. O Instagram informou que as transmissões ao vivo tiveram aumento de 70% em março, enquanto a audiência das mesmas teve acréscimo de 50%.

Entre as empresas que veem os negócios aumentar nesta fase de digitalização acelerada está a Intelbras.

– Esses números demonstram que a tecnologia de redes é fundamental para todos, principalmente em tempos de pandemia – observa Scheffer.

Continua depois da publicidade

Diante dos novos números, o executivo da Intelbras reforça o que dizem os líderes do marketing digital: lives fazem sucesso com o público e quem usar isso a favor da carreira terá mais chances de se manter ativo durante a pandemia e crescer mais quando ela passar.