Uma das maiores empresas brasileiras, a WEG, de Jaraguá do Sul conseguiu alcançar sucesso muito em função da governança eficiente adotada pelos seus fundadores. O presidente do conselho da companhia, Décio da Silva, afirmou para a coluna que cada órgão de governança da empresa precisa cumprir bem o seu papel para que ela vá na direção correta.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
O empresário foi um dos palestrantes sobre o tema no painel Radar Reinvenção, realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) quarta-feira (03). Uma das mais importantes medidas de governança da WEG, fundada em setembro de 1961, foi a criação do conselho de administração quando a empresa tinha cerca de duas décadas.
– Eu acho que a governança tem vários órgãos. Tem a diretoria executiva, tem o presidente, tem o conselho de administração, pode ter conselho fiscal. Cada um desses órgãos tem que cumprir muito bem o seu papel porque é esse conjunto que vai fazer a orientação para que a companhia vá na direção correta. Depois, as diretorias executivas vão trabalhar na gestão global da companhia – explicou Décio da Silva
Na avaliação dele, isso foi muito importante para a WEG, que começou isso muito cedo. Contou que o pai dele, Eggon João da Silva, um dos três fundadores da companhia e primeiro presidente, sempre exigia que cada um cumprisse o seu papel.
Continua depois da publicidade
– Meu pai fazia cumprir tudo isso. Ele e os dois sócios criaram o conselho, trouxeram pessoas externas, executivos e empresários com outras experiências para, efetivamente, desafiá-los a também a pensar de maneira diferente – comentou.
Décio da Silva destacou inclusive que o pai fazia questão de enfatizar que contratava pessoas competentes, com mais conhecimentos, para atuar na empresa.
– Meu pai sempre dizia que uma coisa muito importante é que ele procurava só pessoas que eram mais competentes que ele para trabalhar com ele. Mas ele era uma pessoa supercompetente, uma pessoa muito diferenciada, um grande empresário. No entanto, era uma lição de vida para reconhecer que a gente não conhece tudo, tem que ouvir as pessoas, ouvir embaixo, ouvir lateral, ouvir os clientes, os funcionários, estar atento com a sociedade. Então, a empresa tem os acionistas que têm o direito ao lucro. Mas ela tem também os clientes que precisam de produtos competitivos, os fornecedores, os funcionários que têm que ter oportunidade de crescer dentro da organização, e os executivos que têm que participar inclusive do bolo do lucro. Isso tudo gera um sistema de motivação – detalhou o empresário.
Com 92 herdeiros familiares
Entre as informações sobre a WEG que tem chamado a atenção na mídia está o fato de ela ter um grande número de acionistas familiares, alguns com ações que somam valores bilionários.
Continua depois da publicidade
O presidente falou na palestra que, atualmente, somando as três famílias dos fundadores – de Werner Ricardo Voigt, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus, cujas iniciais de nomes integram a sigla WEG – são 92 herdeiros. Isso inclui familiares e cônjuges.
Mas nem todos têm ações da companhia que está na bolsa. Os filhos dos três fundadores, pelo fato de já terem feito a sucessão patrimonial, não são mais acionistas da WEG. Décio da Silva disse ter zero de ações da companhia.
Para calcular a lista da Forbes, por exemplo, são usadas as informações que estão na bolsa, ou seja, considera os acionistas da companhia.
No caso da WEG, os acionistas familiares do grupo (da empresa que está na bolsa), atualmente, são os da terceira geração, que são os guardiões das ações, segundo o empresário. A família conta com a holding WPA, que detém 50,01% das ações da companhia na bolsa.
Continua depois da publicidade
Leia também
Projeto de SC permite converter carros à combustão em elétricos e prevê montadora nacional
Novo presidente da WEG, Alberto Kuba foi escolhido entre 12 executivos
Cada vez mais, casais de SC dividem só os bens adquiridos juntos
Conhecida como “fábrica de bilionários”, WEG troca de comando nesta segunda