Estimativa preliminar feita pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) aponta que o agro gaúcho perdeu R$ 3 bilhões com a enchente. Segundo o presidente da entidade, Gedeão Pereira, o setor vai necessitar de medidas extraordinárias para se recuperar. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (Sistema CNA/Senar) lançou ação para ajudar a reconstruir o agro do RS.

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Em campanha denominada SuperAção Rio Grande do Sul, a CNA está mobilizando as federações de agricultura de todos os estados para colaborar. Serão investidos R$ 100 milhões e enviados 300 técnicos para dar suporte aos produtores afetados, informou o presidente da CNA, João Martins.

Os técnicos auxiliarão os produtores a fazer um diagnóstico da situação, relatório de perdas, restabelecimento das propriedades e apoio para voltar a produzir. Os trabalhos serão centralizados pela Farsul.

De acordo com o presidente da CNA, técnicos do setor têm experiência no atendimento a regiões de catástrofes no Brasil e foi montado um comitê para orientar as ações das federações nacionais.

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O diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, informou que o Senar realizou o projeto SuperAção Brumadinho, depois que rompeu a barragem em Minas Gerais, com uma série de ações para apoiar os produtores rurais.

O agro de Santa Catarina, por meio do sistema da Federação da Agricultura e Pecuária (Faesc) já está apoiando a agropecuária gaúcha, informa o presidente da federação, José Zeferino Pedrozo. A ajuda é coordenada no Rio Grande pela Farsul.

Sindicatos e produtores rurais catarinenses enviaram ao Rio Grande do Sul cargas de leite longa vida e de maçã, alimentos que não precisam de preparo para serem consumidos. E para a alimentação animal, encaminharam 40 carretas de feno pré-secado e ração. Essa ajuda contou com apoio também de transportadores e doadores, além dos sindicatos e produtores rurais.  

De acordo com o presidente da Faesc, o fato de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul serem vizinhos, com laços históricos, culturais e econômicos, fortalece o sentimento de solidariedade ao povo gaúcho.

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Em entrevista nesta segunda-feira para divulgar as perdas, o presidente da Farsul lembrou que o agronegócio gaúcho sofreu a terceira grande perda com os alagamentos. Isso porque já vinha enfrentando dois anos de perdas parciais de safras devido à seca.

Por essa série de dificuldades e pelo fato de a safra de arroz ter sido quase toda colhida, o presidente da Farsul criticou a decisão do governo federal de retirar a alíquota de importação de arroz e até de importar o cereal via Conab. Segundo Pereira, isso vai desestimular o plantio na próxima safra.

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