A pandemia segue causando perdas elevadas a atividade hoteleira, que junto com os demais setores mais impactados pela crise sanitária ainda não recebeu ajuda adequada das três esferas de governo. A taxa de ocupação da rede hoteleira da Grande Florianópolis ficou em apenas 23,4% no mês de abril, o que indica uma queda de 46,9% frente a 2019, período sem a Covid-19, quando a ocupação ficou em 54,4%.
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O levantamento é do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Florianópolis e Região, que não comparou com mesmo mês do ano passado porque os hotéis ficaram fechados durante 27 dias entre março e abril. A sondagem mensal é realizada junto a 53 hotéis da região.
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E os últimos dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, a ABIH-Santa Catarina, de março, apontam que a ocupação foi inferior a 39% em todas as regiões do Estado. O movimento foi baixo também na Páscoa, quando o Vale do Contestado teve o melhor desempenho, com 41% de lotação.
No mês de abril, na região de Florianópolis, a melhor ocupação média foi nos hotéis de águas termais, com 30,7%, seguida pelos estabelecimentos do Centro, com 25,6%. No Continente ficou em 23,7% e nas praias, 20,6%.
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O presidente do sindicato, Estanislau Bresolin, diz que essa média baixa tem se mantido desde o ano passado e, mesmo com o avanço das vacinas, as expectativas são de demora para ter um maior fluxo de hóspedes. As projeções do setor, não só em Santa Catarina, mas também no Brasil e no mundo são de retomada plena, como antes da pandemia, somente no final de 2022 ou início de 2023.
Apesar da crise profunda, pouca ajuda direta o setor tem recebido do setor público, especialmente do Estado e municípios. Conforme Bresolin, um dos mais importantes apoios é a MP do emprego, que permite suspender contratos de trabalho ou reduzir salários, reeditada pelo governo federal. Além disso, a União aprovou o parcelamento de impostos federais (IR, PIS e Cofins) em até 145 meses.
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O governo do Estado oferece linha de crédito via BRDE, mas base no faturamento dos últimos 12 meses. Para o setor, teria que ser comparado com a receita de 2019 porque no ano passado o faturamento foi mínimo devido à Covid-19. Isso ainda está pendente na Assembleia Legislativa.
E os municípios ainda não definiram ajuda. O empresário ressalta que os custos municipais são elevados com IPTU, taxa de resíduos sólidos e Imposto sobre Serviços (ISS). A prefeitura de Florianópolis é uma das que têm estudado medidas de ajuda, mas ainda não anunciou decisão.
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A ABIH-SC, por meio das suas representações regionais, está procurando prefeituras para propor acordos. A expectativa é de redução da carga tributária compatível com a queda de receita e, também, prazos mais longos para recolher impostos. Governos municipais também precisam ser sensíveis a esses problemas setoriais, até porque a principal receita da maioria, que é o retorno de ICMS, segue elevada porque o Estado vem arrecadando bem.