O tradicional “Feliz Natal” para a maioria dos brasileiros inclui confraternização em família com presentes. Mas com o impacto de uma inflação acumulada em 10,74% nos últimos 12 meses, esse é mais um Natal de lembrancinhas, ou seja, de presentes baratos. A exceção, novamente, é das famílias de maior renda, que podem seguir com gastos elevados porque a perda de quase 11% do poder de compra, para elas, não impõe restrição elevada de consumo no Natal.
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A pesquisa de indicadores sociais do IBGE apurou que em 2020 o rendimento médio real de todos os trabalhos recebido em SC ficou em R$ 2.563, com queda de -1,4% frente a 2019, o que significou R$ 35 a menos. Considerando o impacto de 10,74% de inflação na renda nos últimos 12 meses, o catarinense perdeu R$ 275,26 do seu poder de compra, o que exige restrições e escolhas de menor preço.
Mas a crise inflacionária não desanima o varejo catarinense. Pesquisa feita pela Federação das CDLs (FCDL-SC) junto a lojistas das maiores cidades do Estado apurou que 65% projetaram vendas maiores para o Natal, sendo 40% apostando em alta de até 5%. Para os lojistas, o ticket médio ficaria em R$ 168, enquanto o do ano anterior foi estimado em R$ 198.
Longe da projeção conservadora dos empresários, os consumidores catarinenses ouvidos em outra pesquisa, a da Fecomércio-SC sobre intenção de compras, informaram que pretendiam gastar para este Natal R$ 434, em média, em presentes. E diante da inflação, 88% informaram que fariam pesquisa de preços antes.
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É claro que a alta do custo de vida ao longo do ano puxou o freio do consumo nos últimos meses, como mostraram os números do IBGE do comércio, serviços e indústria em setembro e outubro em SC. A principal causa desse desajuste é a inflação de oferta ainda devido a impactos da pandemia. Outro obstáculo é que, diferente do ano passado, o auxílio emergencial desse ano foi baixo.
Quando se fala em consumo no varejo em Santa Catarina, apesar desses obstáculos da economia, é possível ser otimista porque o Estado segue com a menor taxa de desemprego do Brasil: de 5,3% em setembro. Além disso, tem baixo endividamento das famílias, em cerca de 40%. Esses dados mostram que o consumidor de SC pode comprar um pouco mais do que a média do país, onde o desemprego é outro obstáculo.