Um dos líderes empresariais presentes no almoço oferecido quarta-feira (16) no Itamaraty pelo presidente Jair Bolsonaro ao colega argentino Maurício Macri, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, aproveitou para falar dos interesses catarinenses, tanto com os dois presidentes, quanto com ministros.

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Para Bolsonaro, Aguiar lembrou do apoio que a maioria dos catarinenses deu a ele na eleição, disse que o Estado tem uma série de demandas e gostaria de uma atenção especial. A Macri, afirmou que SC tem fortes relações econômicas com a Argentina, mas que podem ser ampliadas.

Conforme Aguiar, nos breves discursos que fizeram antes do almoço, nenhum dos presidentes falou em mudanças de regras do Mercosul. Macri afirmou que é preciso ampliar os negócios entre os dois países e lembrou que foi um erro a Argentina ter limitado o ingresso de produtos brasileiros anos atrás porque o comércio internacional fortalece as economias.

Candidato à reeleição, o político enfrenta crise econômica porque não fez reformas com a profundidade necessária logo que assumiu. A Argentina fechou 2018 com inflação de 47,6% e desvalorização cambial superior a 50%.

Como o evento foi para um número restrito de convidados, o presidente da Fiesc conseguiu falar também com ministros e outras autoridades, entre os quais os titulares da Justiça, Sérgio Moro, e do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio. Ao ministro do Turismo, lembrou que o setor é relevante para a economia de SC e precisa de mais infraestrutura.

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Mas a conversa com o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra foi diferente. Foi ele quem solicitou o apoio de Aguiar junto aos parlamentares de SC para a aprovação das reformas da Previdência e tributária.

É com posições firmes como a do presidente da Fiesc que o Estado poderá conseguir um pouco do que merece da União para ter melhores condições para desenvolver a economia. E no encontro que terá com o governador Carlos Moisés da Silva, sexta, às 16h, Aguiar vai destacar que a indústria pode colaborar com o governo e é parceira no desenvolvimento catarinense.

Balança SC-Argentina

A crise econômica enfrentada pela Argentina está afetando as exportações catarinenses ao país vizinho que, por sua vez, leva vantagem na venda de carros ao Brasil. No ano passado as vendas de SC atingiram US$ 544,7 milhões, com queda de 7%.

As importações alcançaram US$ 1,305 bilhão, com crescimento de 40,7%. Segundo o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, essa alta nas importações está ligada às vendas da GM argentina ao Brasil, que passou a trazer os carros via porto de Itajaí. SC exporta mais itens de celulose e papel, metalurgia, agroalimentar e bens de capital.

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