Empresas que fazem bem para todos os seus públicos, incluindo a comunidade e a preservação ambiental, são mais sustentáveis e mais longevas. As regras de gestão que levam a esse êxito integram a 6ª edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

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Nesta terça-feira, o instituto fez o primeiro lançamento regional da publicação, para o capítulo Santa Catarina, em Florianópolis, na Academia Fiesc de Negócios, da Federação das Indústrias do Estado. O lançamento nacional foi no início do mês, em São Paulo, e capítulos do IBGC de outros estados serão também contemplados com eventos regionais.

– A gente traz algumas mudanças no novo código. Primeiro, os fundamentos. Não adianta você ter todas as regras do mundo se você não tem ética. A sua empresa pode ter toda a governança do mundo, mas sem ética ela não tem governança. Está apenas no papel. Então, a gente traz a ética como um fundamento. E outro fundamento é que toda empresa tem que ter um propósito. O que significa isso? Que a empresa tem que gerar e entregar valor para a sociedade. Ela tem que dizer como ela gera valor para a sociedade – explica Valéria Café, diretora de Vocalização e Influência do IBGC, que participou do lançamento em SC.  

Segundo ela, o objetivo foi fazer um código com menos páginas – este tem 77 enquanto o anterior tinha 150 – e que fosse abrangente para todas as empresas, não só para as que estão na bolsa ou são grandes grupos.

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O trabalho começou em 2021, foram ouvidos diversos públicos do setor empresarial do Brasil e do exterior e analisados códigos de 15 países, de institutos com atuação semelhante à do IBGC. O novo código está disponível no site do IBGC em três idiomas.

Essa nova edição – a anterior foi em 2015 – resultou numa publicação mais simples e de acordo com os desafios atuais, com destaque para a integridade (ética), atendimento a todos stakeholders e a sustentabilidade de um modo geral.

No capítulo 1, dos fundamentos, um destaque é a figura (veja nesta página) que mostra a interdependência da organização com suas partes interessadas, com a sociedade e com o meio ambiente abrangendo o todo. Os cinco princípios da governança corporativa, que se aplicam a todas as empresas são: Integridade (novo princípio do IBGC), Equidade, Responsabilização, Transparência e Sustentabilidade.

Figura mostra a interdependência da organização

O evento em SC teve painel sobre governança com palestras de Marcelo Gasparino, vice-presidente da Vale; e Juarez Augusto Barbosa Leão, CEO do Leão Group. Também participaram do evento a coordenadora geral do Capítulo Santa Catarina, Léia Wessling; e o presidente do conselho da Celesc, Glauco José Côrte.

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Entre as lideranças, também estiveram o conselheiro de administração do IBGC, Sergio Mindlin, o vice-coordenador geral do Capítulo SC, Andriei Beber, as coordenadoras do Capítulo Santa Catarina, Sílvia Marafon e Zélia Jansenn; o presidente do conselho da Celesc, Glauco José Côrte; o gerente de Pesquisa e Conteúdo do IBGC, Luiz Martha e o gerente de Capítulos do IBGC, Lucas Legnare; e a conselheira da SCGás, Gisele Floriano.

– Existe uma demanda muito grande de empresas familiares por governança em Santa Catarina. E vem crescendo. Por isso um novo código, com regras mais flexíveis, nos deixa feliz – disse Léia Wessling, coordenadora geral do Capítulo Santa Catarina do IBGC.

Nova definição de governança corporativa do IBGC

– Governança corporativa é um sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelo qual as organizações são dirigidas e monitoradas, com vistas à geração de valor sustentável para a organização, para seus sócios e para sociedade em geral. Esse sistema baliza a atuação dos agentes de governança e demais indivíduos de uma organização na busca pelo equilíbrio entre os interesses de todas as partes, contribuindo positivamente para a sociedade e para o meio ambiente.

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