O Startup Summit, maior evento do segmento no Brasil, e o polo empresarial de tecnologia de Florianópolis motivaram a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que realiza o Prêmio Nacional de Inovação junto com o Sebrae, a incluir a capital de Santa Catarina no 26º Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação. Além de executivos das instituições, participaram líderes de empresas que conquistaram o prêmio este ano.

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Na programação de cinco dias, três dias foram em Florianópolis. A agenda incluiu, quarta-feira, visita ao Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI), à Fundação Certi e à empresa Nanovetores, no Norte da Ilha de SC. Quinta e sexta-feira, o grupo participou, a convite do Sebrae nacional, do Startup Summit.

Antes, segunda e terça-feira, o grupo das empresas premiadas visitou instituições de inovação no Oeste do Paraná. Foi conhecer inovações tecnológicas ao agronegócio no Bioparque em Toledo, a Cooperativa Lar e Iguaçu Valley, polo tecnológico de Foz do Iguaçu.

– O Prêmio Nacional de Inovação tem uma metodologia robusta que dá visibilidade para empresas e ecossistemas com seus resultados de inovação. Queremos tornar público para o Brasil e para o mundo as boas práticas que têm sido desenvolvidas por essas instituições no fortalecimento da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – afirma Gianna Sagazio, diretora de Inovação da CNI.

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De acordo com a coordenadora do Prêmio Nacional de Inovação, Mirelle Fachin, a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) que incentivou a criação do prêmio inovação em 2008, tem um programa de imersões, tanto nacionais quanto internacionais, para levar lideranças de empresas brasileiras a conhecer os hubs de inovação do Brasil e exterior.

O grupo que participou desta 26ª semana, foi também o que participou da imersão em Israel, recentemente. Segundo Mirelle, o objetivo das visitas nacionais é permitir aos empresários e empresárias conhecer o que outros estados estão fazendo em inovação, quais programas desenvolvem nessa área e como são as leis locais ao setor.

Esse é o objetivo também das missões internacionais. A coordenadora da agenda de Inovação Aberta da MEI, Rafaela Tamer Paladini, explica que a partir de parcerias com instituições no exterior, a CNI procura mostra às empresas brasileiras o que existe de mais disruptivo em inovação no mundo. As pequenas empresas vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação vão participar de missão ao ecossistema de inovação da Irlanda e da Alemanha, em outubro deste ano.

– Valorizar a inovação das MPE e os ecossistemas de inovação neste período de tantas dificuldades é também incentivar e inspirar a retomada da economia brasileira – disse o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, que também esteve no Startup Summit.

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Entre os empresários que participaram da imersão estão Maitê Lang, fundadora da Nugali Chocolates, de Pomerode, que este ano recebeu o prêmio na categoria Média Empresa, em Produto. Ela avalia que a Nugali foi premiada pelo conjunto de ações, numa indústria tradicional de chocolates. Uma das inovações foi a substituição de plásticos descartáveis nas embalagens. Ela avalia como relevante as imersões da CNI.

– Quando a gente foi para Israel e eles mostraram algumas soluções deles para o agro, você fala assim: nossa, Uauh! Mas na hora que a gente foi para o Iguaçu Walley e viu as soluções que estão fazendo para o agro, ali no Oeste do Paraná, um lugar de difícil acesso, difícil de atrair talentos, você fala: meu Deus, a gente está muito na frente. Tem muitas iniciativas no Brasil. Essas imersões nos ajudam a perceber que tem muita coisa no país – afirmou Maitê Lang.

CNI, Divulgação
Grupo da imersão da CNI em visita à Nanovetores (Foto: CNI, Divulgação )

Guilherme Rosa, coordenador de Inteligência de Negócios da Nanovetores, empresa no Sapiens Parque que recepcionou o grupo da CNI em Florianópolis, elogiou a metodologia do prêmio, que avalia diversos aspectos da atividade industrial. Segundo ele, questionamentos feitos pelos julgadores da premiação são insights para aprimoramento da empresa.

A Nanovetores se destaca no mercado mundial por deter tecnologia exclusiva de capsulas de nanopartículas. São insumos usados em cosméticos e outros produtos, já exportados para dezenas de países.

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Para Daniela Zanesco, head de People da Aquarela Analytics, pequena empresa de tecnologia de Florianópolis que foi uma das vencedoras do prêmio nacional, as visitas a outras empresas resultam em aprendizados, não só para a área de inovação, mas para as demais áreas das empresas. A forma de retenção de talentos é uma das áreas beneficiadas.

Segundo Mirelle Fachin, o processo de premiação da CNI é diferenciado, o que permite às empresas evoluírem constantemente. As que venceram diversas vezes fazem questão de seguir participando porque veem valor no processo e na premiação.

– A gente não reconhece a instituição pela inovação de um produto. A avaliação do prêmio é o quanto a empresa tem capacidade de inovar em produtos, em sustentabilidade, constantemente. E quando ela faz isso no longo prazo, obtém resultados frequentes – explicou a coordenadora do Prêmio Nacional de Inovação.