Alterações no clima não passam imunes ao setor financeiro. Elas afetam diretamente a inflação. Foi isso que destacou o executivo do Banco Central do Brasil, Ricardo Harris, na abertura do fórum Radar Pocket, realizado pela Academia Fiesc de Negócios, da Federação das Indústrias de SC nesta quinta-feira, que teve como tema a Economia Verde. O evento contou também com painel sobre transição energética com executivos das empresas Engie, JBS, Noale, Tupy e  WEG. 

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De acordo com Ricardo Harris, os choques climáticos elevam riscos de os bancos centrais terem dificuldades para controlar a inflação. E nos últimos anos, os problemas com climáticos com esses impactos têm sido cada vez mais frequentes.

O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, explicou que o conceito de ‘economia verde’ é uma forma concreta de a indústria aderir ao desenvolvimento sustentável com eficácia. Por isso, é abordado com profundidade pela entidade. Cada vez mais, as indústrias catarinenses estão investindo em soluções sustentáveis nas suas atividades.

Energias diversas ganham espaço

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No Radar Pocket sobre descarbonização e energia limpa, o destaque foi para investimentos diversos em geração e esforço pela descarbonização para evitar emissões e preservar a natureza. O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Tupy, André Ferrarese, afirmou que o futuro será com multienergia. O momento é de busca da descarbonização de forma acelerada e o gás natural é um insumo excelente para essa fase de transição. Contudo, o futuro é dos biocombustíveis, estimou o executivo.

Diretor-executivo de Agro e Sustentabilidade da Seara, empresa do Grupo JBS, José Antônio Ribas Junior, destacou diferenciais ecológicos do Brasil que não são reconhecidos ainda no mundo, como a eficiência produtiva do agro com preservação ambiental.

Ele falou sobre o programa Net Zero do grupo, que visa zerar as emissões de gases do efeito estufa. A companhia está investindo mais de US$ 1 bilhão. Entre os projetos estão três usinas de biometano. Atualmente, 45% das granjas que fornecem para o grupo já têm usinas solares nas unidades produtivas.

Para o diretor-executivo da Noale Energia, Frederico Boschin, a adoção de tecnologias para soluções mais sustentáveis pode ser um desafio. Citou exemplo nos EUA em que consumidores tem dificuldades para usar bombas de calor sem gás natural para aquecer ou resfriar residências.

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O diretor de Sistemas Industriais & e-Mobility da WEG Automação, Valter Luiz Knihs, chamou a atenção para o fato de que o mundo está passando da era dos metais e consolidando a dos semicondutores, que têm diversas aplicações como na produção de chips, de painéis solares e carros elétricos. Ele alertou que o Brasil não tem fábrica de semicondutores e que perdeu essa onda por falta de política industrial.

O exemplo da Engie na descarbonização foi destacado pelo diretor de Comercialização da companhia no Brasil, Gabriel Mann dos Santos. Segundo ele, atualmente,100% da geração da energia da empresa é renovável e 80% vêm da geração hidrelétrica. Contudo, a companhia está concentrando investimentos nas usinas de geração eólica e solares.

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