Ao visitar subestação da linha de transmissão de R$ 1,3 bilhão que está sendo feita pelo consórcio Aliança, integrado pela empresa portuguesa EDP e a Celesc, o CEO (presidente) da multinacional no Brasil, João Marques da Cruz, defendeu a privatização da estatal catarinense de energia. Atenta ao potencial do mercado catarinense, a EDP Energias do Brasil adquiriu ações da Celesc nos últimos anos e já detém 29,29% do capital da companhia, sendo a maior acionista, superando o governo de SC que tem 20,20%.
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– Para este empreendimento, foi possível juntar a iniciativa privada por meio da EDP, que contribuiu com 90% para este consórcio, e o capital público, por meio da participação da Celesc com os outros 10%. O capital privado para a execução de obras é de suma importância, não sou eu quem digo, é o mundo que diz. Por isso, reforço que é importante que o estado se liberte para poder concentrar-se naquilo que faz bem, e deixar que as companhias do setor privado, arrisquem, capitalizem as empresas, pois quem ganha com isso é o Brasil. Por exemplo, toda esta infraestrutura, no caso, os 90% investidos pela EDP, ficam para o país e para o povo brasileiro. Diante disso, acredito que podemos conjuntamente atrair capital para fazermos mais obras, e com isso, todos ganham – disse João Marques da Cruz.
Linha transmissão de R$ 407 milhões tem etapa concluída em SC
O evento foi em Siderópolis, onde o executivo foi recepcionado pelo prefeito local Franqui Salvaro, juntamente com os prefeitos de Nova Veneza, Rogério Frigo e de Treviso, Valério Moretti. O presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, e o vice-presidente de distribuição da EDP, João Brito, além de outras autoridades, também participaram.
João Marques da Cruz também elogiou o Brasil, disse que é um país fantástico com 210 milhões de habitantes, com um enorme futuro e Santa Catarina está no centro desse futuro. A fala do executivo não surpreende quem acompanhou o avanço da EDP na participação acionária da Celesc.
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Diferente de outras vezes em que investidores chegaram a ter promessa de políticos de SC de que a empresa seria privatizada, nada chegou a ser divulgado sobre isso, nem como informação de bastidor nos últimos anos, desde quando a EDP iniciou a compra de ações. Considerando o cenário de empresas nacionais de infraestrutura, pode-se concluir que o mercado está maduro para privatizações de estatais catarinenses.
A EDP está construindo duas linhas em Santa Catarina. Essa com a Celesc terá 434 quilômetros de extensão e passa por 28 municípios do Estado. Começa em Biguaçu, no litoral, passa por Antônio Carlos, São Pedro de Alcântara, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Rio Fortuna, Braço do Norte, Grão Pará, São Ludgero, Orleans, Lauro Muller, Urussanga, Cocal do Sul, Siderópolis, Nova Veneza, Forquilhinha, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urupema, Painel, Lages, Capão Alto, Campo Belo do Sul, Cerro Negro, Anita Garibaldi, Abdon Batista e vai até Campos Novos.
O trecho visitado conta com subestação e linha de transmissão de 180 quilômetros. Do total previsto para a obra, já foi investido R$ 1,1 bilhão e gerados cerca de 4 mil empregos diretos. Há poucos dias, a EDP também conclui parte do Lote Q, linha de transmissão entre SC e Rio Grande do Sul, que está recebendo investimento de R$ 407 milhões.