Primeira pandemia dos últimos 100 anos que se dissemina em quase todos os locais, a Covid-19 provoca estragos inimagináveis na economia de Santa Catarina, a mais organizada e mais bem distribuída do Brasil até então. Prova disso está na última pesquisa sobre os impactos da crise na economia, divulgada na última semana pelo Sebrae-SC, Federação do Comércio e Serviços (Fecomércio-SC) e Federação das Indústrias de SC (Fiesc). Ela indica que o Estado perdeu 530 mil empregos formais desde o início do isolamento em 18 de março até o dia 6 deste mês. A queda do faturamento nas empresas do Estado soma R$ 16,2 bilhões.

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Entre os obstáculos, a falta de perspectiva sobre o futuro da pandemia no Brasil e no mundo e a falta de socorro do setor público às empresas. O governo federal, que tem o cofre na mão, não quer se endividar muito e não liberou ainda uma linha de crédito especial para micro e pequenas empresas, para a qual promete R$ 15,9 bilhões. Assim, mais empresas vão fechar e mais empregos serão perdidos.

Enquanto isso, os Estados Unidos, que conseguiram uma recuperação excelente por mais de uma década após a crise de 2008 graças a uma grande injeção de recursos na economia, estão prometendo colocar, agora, que a situação é pior, perto de 10 trilhões de dólares de ajuda a todos os setores. Esperam repetir a fórmula que não é seguida por aqui.

O que se observa ainda nas estatísticas oficiais catarinenses é que esses milhares de desempregados ainda não solicitaram seguro-desemprego. Apenas 45,5 mil fizeram o pedido em abril. Pode ser que parte dos empresários mude de ideia e não demita tanto. Mesmo assim, o impacto na vida desses trabalhadores será enorme, o que significa que governos precisam pensar em alternativas de ajuda a essas pessoas ainda este ano ou no ano que vem.

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