Ao apresentar o balanço dos seus primeiros 100 dias de gestão, o governador Jorginho Mello (PL) reafirmou a intenção de atender melhor os catarinenses nas diversas áreas, mas sinalizou um cenário mais difícil para investimentos do que seu antecessor. Boa parte dos planos, como infraestrutura e modalidades do Pronampe serão executados principalmente com linhas de crédito obtidas no mercado financeiro.
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– Estamos fazendo um financiamento de R$ 1,7 bilhão para trabalhar na recuperação das nossas obras viárias, das nossas estradas – disse o governador em seu discurso, no evento realizado no Teatro Pedro Ivo.
Essa situação é diferente da gestão anterior, quando a arrecadação cresceu acima da média e foi possível doar até R$ 465 milhões para obras em rodovias federais, que seriam de competência da União. O balanço do Estado mostrou investimentos superiores a R$ 5 bilhões.
O governador falou também de uma das suas apostas para impulsionar a economia, que é o programa de crédito Pronampe estadual com quatro modalidades: para mulheres, inovação, empreendedores e rural.
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– Por que a gente colocou o Pronampe? Porque foi um projeto nacional que deu certo e eu fui o autor. Então eu estou trazendo para Santa Catarina, alocando recursos, aumentando um pouco o prazo e a taxa de juros bancada pelo Estado. Isso é extraordinariamente bom – afirmou Jorginho.
Os recursos virão do Badesc, de linhas captadas no mercado, e os empréstimos serão feitos via cooperativas de crédito. As empresas poderão ter acesso após a aprovação da matéria pela Assembleia Legislativa (Alesc). Os primeiros projetos serão enviados em breve.
Um programa que terá implantação mais lenta devido à limitação de recursos para investir é o Universidade para todos. Jorginho falou na entrevista que será implantado gradualmente a partir do segundo semestre deste ano.
– Não vamos fazer 100% porque a grana está curta. Vamos começar com 40% e vamos evoluindo. No terceiro ano, já estará toda implantada – disse ele.
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Essa limitação de recursos é confirmada pelo responsável pelo caixa do Estado, o secretário da Fazenda, Cleverson Siweert. Após o evento, ele disse para a coluna que recurso próprio para investir este ano vai ter, mas num volume bastante menor do que o governo imaginava.
– No ano passado foi possível investir R$ 5 bilhões porque o Estado teve recursos extraordinários que não vieram da arrecadação tributária apenas e tão somente. Vieram do não pagamento da dívida, da transferência voluntária que cresceu de forma bastante representativa. Os números mostram que não teremos isso este ano. Se a gente pegar o histórico (veja o gráfico abaixo) de quando não teve esse tipo de transferência, o volume de investimentos do Estado foi muito menor – explicou Siewert.

O novo plano de investimentos com os municípios, o Santa Catarina Levado a Sério, que substitui o Plano 1000 do governo anterior, de Carlos Moisés, prevê a continuidade de obras, principalmente de infraestrutura já iniciadas no valor de R$ 1,6 bilhão, mas os recursos disponíveis são menores para essa área, por enquanto. Informou o secretário.
Se, além disso, o governo atual gostaria de iniciar grandes obras já projetadas nesse programa que requerem investimentos de R$ 3 bilhões, mas não tem esses recursos ainda. Para outras áreas do plano, existem verbas: R$ 300 milhões do fundo social, R$ 220 milhões para saúde e R$ 150 milhões para as demais áreas.
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Um dos maiores desafios do governo de Jorginho, este ano, será equilibrar as contas e fazer um esforço grande para poder investir um pouco. Isso poque, além de despesas mais caras, enfrenta arrecadação menos crescente devido ao menor ritmo da economia brasileira, impactada pelos juros para combater a inflação alta e crise no exterior. A principal aposta para ajustar as contas é o Plano de Ajuste Fiscal (Pafisc), que prevê R$ 2,1 bilhões em novas receitas e R$ 2,2 bilhões em cortes de despesas.
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