Quando se olha para a história, políticos e empresários gostam de eleger quem foi o melhor para o desenvolvimento econômico e social. No caso de governador de Santa Catarina, é praticamente unanimidade a indicação de que o melhor foi Celso Ramos, que liderou o Estado de 1961 a 1966 após fundar e presidir por 10 anos a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc). Neste 18 de dezembro de 2022 são completados 125 anos do nascimento do líder, por isso a Fiesc relembra seu legado e anuncia exposição sobre ele em maio de 2023.
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De família tradicional, com formação intelectual e alta renda, Celso Ramos soube surfar na gestão pública desenvolvimentista, uma tendência da época no Brasil e no mundo pela qual o setor público investia inclusive em atividades que seriam mais do setor privado. Isso para acelerar o desenvolvimento econômico e social.
Nascido em 1897, no interior de Lages, fazendeiro na bela Coxilha Rica, ele desistiu da engenharia em Minas Gerais e optou pelo curso de direito em Curitiba. Entrou na política após o falecimento do irmão Nereu Ramos, que chegou a ser presidente do Brasil por dois meses e 21 dias, de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956.
Com negócios na indústria madeireira, concessionária de veículos e transportes, Celso Ramos fundou a Fiesc em 1950, seguindo tendência nacional, após outros estados fundarem entidades semelhantes com incentivo do governo do presidente Getúlio Vargas que apoiou a criação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1938. Mais tarde, o governo de Getúlio apoiou também a criação do Sesi e Senai, instituições que também foram abertas em SC.
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Ao analisar a trajetória o lageano, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destaca que o empresário dos setores de indústria, comércio e agropecuária foi uma liderança nata. Por isso, naturalmente, assumiu diversos cargos relevantes no Estado.
Na opinião de Aguiar, o I Seminário Socioeconômico de Santa Catarina, realizado em 1960 pela Fiesc em diversos municípios do Estado tento à frente Celso Ramos, foi o que deu base para o Plano de Metas do Governo (Plameg). Esse plano foi lançado e implantado durante a gestão do então governador e foi relevante para a execução de projetos em diversas áreas.
Para Aguiar, Celso Ramos foi visionário na federação ao eleger prioridades como infraestrutura de transportes e energia. E também no governo, com a fundação de diversas instituições entre as quais o Banco do Estado de SC (Besc) e a Universidade do Estado de SC (Udesc).
Quando Celso Ramos chegou ao governo, muito precisava ser feito e a opção foi seguir a tendência mundial de ampliar infraestrutura e serviços de educação e saúde. No Plano de Metas Plameg ficou clara a inspiração do Plano de Metas do governo do presidente JK, de 1956 a 1960.
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Depois, na gestão nacional, vieram os governos militares do país, todos com forte viés desenvolvimentista no modelo keynesiano, com a participação do Estado para acelerar a economia. Foi essa a política econômica adotada nos Estados Unidos ainda antes da Segunda Grande Guerra para recuperar o mercado americano da grande crise financeira de 1929.
Além da Udesc e Besc, Celso Ramos fundou também o Instituto de Previdência do Estado de SC (Ipesc), o Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e a Empresa de Eletrificação Rural de SC (Erusc). Também construiu dezenas de escolas no Estado, incluindo o Instituto Estadual de Educação, na Capital.
Entre essas instituições fundadas, parte segue multiplicando formação de pessoas e desenvolvimento econômico como a Udesc, o instituto e as escolas. O Ipesc continua protegendo o futuro de aposentados do setor público enquanto o Besc foi vendido porque os serviços puderam ser substituídos por outras instituições.
A onda desenvolvimentista no mundo não se limitou às Américas. Também foi aposta na Ásia, onde economias cresceram de forma acelerada aliando investimentos em educação e tecnologia, como a Coreia do Sul, China e outros países. No Brasil e em SC, atualmente, líderes desenvolvimentistas seguem assumindo governos, adotando medidas que, muitas vezes, resultam em empresas estatais. A decisão de fazer investimentos públicos requer muita análise hoje em dia. O ideal é que o Estado faça o que o setor privado não consegue fazer bem.
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