A Celesc realizou assembleia geral extraordinária segunda-feira (05) para que acionistas aprovassem mudança de estatuto para criar mais uma diretoria executiva na empresa, totalizando nove, agora. A companhia, da qual o governo catarinense tem controle acionário, criou a Diretoria de Gestão de Energia e Regulação.

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Sugerida pelo governo, a nova diretoria estava em debate desde o início do ano. Ela passou pelo conselho de administração da empresa, que aprovou a criação, e também foi aprovada pela Assembleia Legislativa, passo necessário para mudar o estatudo da estatal de energia do Estado. Na decisão no conselho, votaram contra os conselheiros Paulo Horn, que representa os empregados da Celesc, e José Valério Medeiros, que representa os acionistas preferencialistas, entre os quais o fundo Geração Futuro L. Par, do empresário Lirio Parisotto, e outros fundos de investimentos.

Segundo informações da empresa, essa nova diretoria foi criada para adequar a estrutura organizacional, desmembrando a antiga diretoria de Assuntos Jurídicos e Regulatórios em duas: a diretoria Jurídica e a diretoria de Gestão de Energia e Regulação.

– Esta mudança permitirá uma gestão mais focada e eficiente de questões regulatórias relacionadas à distribuição, geração e transmissão de energia elétrica, além de conduzir a compra e venda de energia no mercado regulado – explicou a Celesc para a coluna.

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Na assembleia extraordinária de acionistas, realizada segunda-feira (05), votaram contra a criação da nova diretoria o Fundo Geração L. Par e também os sindicatos que integram a Intercel, ou seja, os cinco sindicatos que representam os trabalhadores que atuam na Celesc.

Mas logo após a aprovação dos acionistas, o conselho da empresa se reuniu para empossar o diretor da nova pasta e os demais que trocaram de cadeira. O único conselheiro que se manifestou contra a posse do novo diretor foi José Valério Medeiros, representante dos preferencialistas. Ele explicou a razão das posições contra.

– Os argumentos utilizados são estes: necessidade e a importância. Contudo, como conselheiro de administração posso afirmar que nunca foi demonstrado tecnicamente a necessidade ao conselho ou a qualquer comitê de assessoramento. Não quero acreditar que se trata de uma interferência política na gestão da companhia. Seria muito ruim para a imagem da empresa perante os catarinenses – afirmou Valério Medeiros.

– Eu sou contrário, fui contrário à criação dessa diretoria por considerar que realmente não tem justificativa, não foi bem apresentada. Eu acredito que a Celesc tem outras prioridades,  principalmente com relação à recomposição do seu quadro de pessoal para prestar um bom atendimento à sociedade. Eu votei contra a criação da diretoria, mas depois que foi aprovada, ela tem que ser ocupada – explicou Paulo Horn, que manteve os empregados informados sobre as decisões dessa mudança nos boletins sindicais.

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O novo diretor de Gestão Corporativa (DGC) é Nelson Ronnie dos Santos, que atuou no BRDE por 22 anos, sendo diretor também naquela instituição. Graduado em administração pela Universidade Estadual de Londrina, especialização em controladoria e auditoria e mestrado em administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).  

A funcionária de carreira da Celesc, Pilar Sabino da Silva, economista graduada pela UFSC, assumiu a diretoria de Gestão de Energia e Regulação. Ela era a diretora de Gestão Corporativa e já atuou como diretora de Planejamento.

A nova diretoria Jurídica continua tendo como titular Pedro Augusto Schmidt de Carvalho Junior. Ele ocupava a diretoria de Assuntos Regulatórios e Jurídicos. Pedro Schmidt é graduado em direito e mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade do Vale do Itajaí. Ele é advogado de carreira da Celesc.

Questionada sobre o aumento de custo para a companhia em função da nova diretoria, a Celesc informou que haverá o acréscimo da vaga de diretor, a de Nelson Ronnie. As demais (vagas de apoio) serão ocupadas por empregados da Celesc remanejados de outras áreas.

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Mas o conselheiro independente Valério Medeiros estima que o aumento de custo anual será próximo de R$ 1 milhão. Outra observação feita por ele nessas mudanças é que foi necessário alterar o decreto 1.484 para empossar Pilar Sabino. Isso porque era possível somente uma recondução a cargo de diretoria na Celesc e ela já tinha sido reconduzida duas vezes.

Para informar o mercado sobre as alterações, a Celesc fez um comunicado. Contudo, na avaliação do conselheiro independente, teria que ser feito um fato relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Após essas decisões, a Celesc passou a ter uma diretoria executiva com nove membros, acionistas ou não, eleitos pelo conselho de administração. As diretorias são: diretor presidente, diretor de Planejamento, Controles e Compliance, diretor de Finanças e Relações com Investidores, diretor de Gestão Corporativa; diretor Comercial; diretor de Geração e Transmissão e Novos Negócios; diretor de Distribuição; diretor de Gestão de Energia e Regulação e diretor Jurídico.

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