O orçamento da Celesc para este ano soma R$ 1,2 bilhão, com projeção de R$ 833 milhões para investimentos, R$ 354 milhões para custeio e R$ 42 milhões para pesquisa e desenvolvimento (P&D) e eficiência energética. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (3) à tarde pelo presidente da companhia, Cleicio Poleto Martins, acompanhado pela maioria dos diretores da empresa.
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Entre os investimentos com foco na qualidade da energia no futuro está um projeto de cidade-piloto que terá automação de todos os medidores, tanto urbanos quanto rurais. O município escolhido foi Araranguá pelo número de unidades consumidoras – cerca de 31 mil – e perfis urbano e rural.
Conforme o presidente da companhia, os investimentos em distribuição, geração e novos negócios (Capex-Capital expenditure) serão 42% superiores ao total do ano passado (R$ 588 milhões). Dos R$ 833 milhões previstos para este ano, cerca de R$ 304,2 milhões virão do empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e R$ 529 milhões serão de recursos próprios (o lucro do ano passado) e do mercado, por meio de lançamento de debêntures.
– Estratificando como vamos fazer esses investimentos, serão R$ 140 milhões no sistema de alta tensão com construção, ampliação e modernização de subestações – afirmou Cleicio Martins, considerando o potencial de demanda de cada região.
Celesc Rural
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O sistema elétrico de média e baixa tensão e o programa Celesc Rural vão receber R$ 288 milhões, informou ele. Média e baixa tensão consistem em postes e ligações para residências. O programa Celesc Rural conta com R$ 51 milhões já licitados e as obras vão começar após o verão porque é preciso esperar passar a atual fase de alto consumo de energia pelo setor. O objetivo é atender o agronegócio que responde por cerca de 30% do PIB do Estado e 70% das exportações.
Quanto aos demais recursos, a Celesc vai investir R$ 152 milhões na aquisição de máquinas e equipamentos para medição e manutenção do sistema elétrico; R$ 80,8 milhões em geração e novos negócios; R$ 107,4 milhões na expansão comercial, incluindo ligação de novas unidades consumidoras, aquisição de medidores e walk-by para medição à distância; e R$ 64,3 milhões para suporte da operação, em tecnologia da informação, veículos, edificações e segurança.
Consumo de energia
Para este ano, a projeção de crescimento de consumo de energia no Estado é de 3,56%, variação inferior a de 2019 que chegou a uma alta de 4,3% principalmente em função das altas temperaturas do início do ano passado, que motivaram consumo recorde de energia via uso de aparelhos de ar condicionado.
Investimentos por regiões
A diretoria da Celesc estuda detalhadamente o tipo de consumo de cada região e potencial de crescimento para decidir onde vai ampliar a oferta de energia. Regiões industriais com novos projetos recebem maiores recursos porque a indústria responde por mais de 40% do consumo da companhia.
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Considerando as regiões do Estado, a maior cifra de investimentos, R$ 119 milhões, será destinada ao Núcleo Norte da Celesc, que inclui Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Mafra e região. Entre os projetos estão a ampliação da capacidade das subestações de Mafra, Jaraguá do Sul Rio da Luz e melhorias na subestação de Joinville. Dentro do Celesc Rural, serão destinados recursos para a região para transformar redes monofásicas em trifásicas e instalação de cabos protegidos.
O Núcleo Alto Vale, que abrange as regiões de Blumenau e Rio do Sul, receberá R$ 100 milhões. Entre as obras previstas estão a ampliação da capacidade das subestações de Blumenau Garcia, Blumenau Bairro da Velha e Ituporanga. Pelo Celesc Rural, serão transformadas redes monofásicas em trifásicas e instalados cabos protegidos.
Para o Núcleo Grande Florianópolis serão destinados R$ 80 milhões. Os recursos serão utilizados principalmente para a conclusão da subestação Palhoça Caminho Novo, ampliação na capacidade das subestações Biguaçu e Ilha Sul (Florianópolis) e melhorias na subestação Tijucas. A região também terá substituição de redes monofásicas para trifásicas no meio rural.
No Núcleo Oeste, que inclui Chapecó, São Miguel do Oeste, Concórdia e região a Celesc prevê investimentos de R$ 74 milhões. Os destaque são a construção da subestação Chapecó III – Santo Antônio e para ampliação da Subestação São José dos Cedros. A região terá transformação de redes monofásicas para trifásicas.
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Na região de Itajaí – Núcleo Leste da Celesc – serão investidos R$ 59 milhões. A companhia iniciará a construção das subestações Itajaí Salseiros II e ampliação da capacidade da subestação de Camboriú e de melhorias na subestação Piçarras.
O Núlcleo Sul, que inclui Criciúma, Tubarão e região terá investimentos de R$ 37 milhões neste ano. Os destaques serão a construção da subestação Capivari de Baixo, ampliação das subestações de Laguna e Içara e melhoria na subestação de Sombrio. Pelo programa Celesc Rural, a região será contemplada com a transformação de redes monofásicas para trifásicas.
No Núcleo Planalto, que abrange Lages e região, serão investidos R$ 57 milhões. A companhia vai ampliar a subestação de São Joaquim e, pelo Celesc Rural, vai mudar redes monofásicas para trifásicas.
O Meio Oeste, que compreende Joaçaba, Videira e Região, receberá investimentos de R$ 53 milhões. O montante será destinado para ampliação da capacidade da subestação Capinzal e implantação de redes trifásicas substituindo monofásicas.
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Garota-propaganda da Casa
A Celesc desenvolve campanha para incentivar o uso consciente de energia. A garota-propaganda escolhida é uma das duas eletricistas da companhia, a Cristiane Layher, da região de Concórdia. Por meio do quadro Fale com a Cris, ela dá conselhos como o de que o ar condicionado deve ser ligado no 23 para melhor refrigerar o ambiente com maior eficiência energética. Bem humorada, ao lado do presidente da companhia, Cleicio Martins, Cris disse que quando as filhas gastam muita energia ela alerta que é funcionária da Celesc, não acionista.