Nesta quinta-feira, o Conselho de Representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) se reúne para escolher um nome entre os cinco vice-presidentes para presidir a entidade por 90 dias, tempo do afastamento judicial do atual presidente, o industrial mineiro Robson Braga de Andrade, que está sendo investigado por suspeita de corrupção.
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Entre os mais cotados está o ex-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte. Mas, segundo os jornais Valor e Folha de São Paulo, quem está à frente nessa disputa, que também não deixa de ser política, é o ex-presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Paulo Afonso Ferreira. A favor de Côrte pesam os fatos de ser um conciliador, ser o mais idoso entre os nomes possíveis de voto e de ter feito uma gestão de qualidade na Fiesc, com resultados acima da média.
Também são vice-presidentes da CNI e podem receber votos o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e o ex-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas, Antônio Carlos Silva. O também vice Francisco Gadelha, presidente da Federação das Indústrias de Paraíba (FIP) não concorre porque também foi preso na mesma operação que Andrade.
O Conselho de Representantes é composto pelos presidentes das 27 federações industriais. Até hoje, nunca um empresário da Região Sul ocupou a presidência da CNI porque os Estados do Nordeste, que se articulam mais politicamente, sempre acabavam ficando com o cargo máximo. Se eleito, Côrte seria o primeiro, mesmo para um mandato tampão. A propósito, quem vencer também pode se credenciar a continuar à frente da confederação porque ninguém sabe se o afastamento de Andrade, que recém assumiu o terceiro mandato, que vai até 2022, será ampliado ou não pela Justiça. Skaf teria informado que não tem interesse em presidir a entidade agora e prefere disputar um mandato inteiro.
O grande desafio de quem assumir o cargo é convencer o governo federal e principalmente o ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o Sistema “S”, que também existe para o comércio, serviços, agricultura, transporte, pequenas empresas e cooperativas, precisa de toda a atual receita que arrecada e está fazendo o melhor uso dos recursos. Guedes prometeu cortar essa verba pela metade. Entre as críticas às federações que integram o Sistema S estão gastos não focados na atividade fim, altos salários e até desvio de recursos.
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