Com crescimento exponencial da ordem de 150% ao ano, a Aquarela Advanced Analytics é uma empresa catarinense da área de inteligência artificial com desejo de ser uma multinacional brasileira como a Embraer. É com essas informações que o CEO Marcos Santos, resume o foco da empresa que tem entre os clientes parte das grandes multinacionais brasileiras e estrangeiras que atuam no país. Há poucos dias, a Aquarela recebeu aporte de R$ 10 milhões da Auren (ex-Votorantim Energia), correspondendo a 28% da empresa.

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O negócio foi fechado após análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo Marcos Santos, a Auren é cliente da Aquarela há cerca de um ano e meio. Os resultados que a solução de inteligência artificial proporcionou a eles em transações mais acertivas motivou serem sócios, observou o empresário. Agora, o plano é lançar um produto ao mercado de energia.

Com sede no Parque Tecnológico Alfa, em Florianópolis, a Aquarela faz sistemas inteligentes para gerenciamento de receitas (Revenue Management, em inglês), manutenção 4.0 e projetos customizados de alto impacto. Na lista de clientes estão grandes grupos empresariais como Embraer, Scania, Coca-Cola, Vivo/Telefónica, Hospital das Clínicas de SP, Auren, Braskem, Fras-le e NTS.

Os cofundadores da Aquarela Analytics Joni Hoppen e Marcos Santos
Os cofundadores da Aquarela Analytics Joni Hoppen e Marcos Santos (Foto: Aquarela, Divulgação )

Por enquanto, a atuação da empresa é no Brasil. Mas os planos incluem avanço na América Latina e, depois, em outros mercados internacionais. Essa expansão deve acontecer com os atuais clientes. Em setembro, por exemplo, as soluções da Aquarela serão apresentadas na matriz da Scania, na Suécia.

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Pelo impacto que proporciona nos resultados de empresas, a Aquarela foi uma das vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação deste ano, o principal do país. Ficou em primeiro lugar na categoria Inovação em Produto, modalidade Pequenos Negócios. No mesmo prêmio, em outras categorias e modalidades, ficaram em primeiro lugar também a WEG, Embraer, Nanovetores e Nugali, entre outras.

Para fundar a Aquarela em 2012, os sócios Marcos Santos e Joni Hoppen desistiram de fazer doutorado. Usaram as propostas das teses para abrir o negócio próprio. Eles se conheceram trabalhado numa multinacional americana e concluíram mestrado em engenharia e gestão do conhecimento ants de virarem sócios.

– Nós tínhamos escrito alguns artigos juntos. Aí falei para o Joni, ao invés de a gente publicar isso e alguém de outro país pegar essas ideias, vamos fazer a gente mesmo? Vamos. Aí declinamos dos doutorados e fundamos a empresa. Nessa linha, a gente queria um nome muito brasileiro e escolhemos Aquarela – revela Marcos Santos.

Outra informação que pesou na decisão dos dois foi a experiência que tiveram junto ao trabalhar em multinacional dos EUA. Viram o potencial dos brasileiros que trabalhavam lá para deenvolver soluções de tecnologia. 

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– Vimos lá o quanto era o potencial dos brasileiros. Eram os caras que faziam chover em muitos aspectos. Concluímos que a gente não tem nada a dever em relação a empresas de fora, temos tudo para fazer isso no país e a gente tem um exército de gênios nesse brasilzão – disse o CEO.

O início, em 2012 e 2013 foi desafiador porque falar inteligência artificial, naqueles anos, era falar em ficção científica, observou o empresário. O que ajudou no avanço da Aquarela foi a opção de oferecer soluções para grandes grupos. A BRF e a Embraer estiveram entre os primeiros clientes. A afinidade com a gigante de aviação foi grande, o que resultou até em investimento dela na Aquarela em 2016.

Atualmente, a Aquarela conta com equipe de 37 pessoas, a maioria cientistas de dados e desenvolvedores, que atuam em nove estados. Marcos Santos prefere dizer que são “37 gênios aquarelados”. Ele explica que para criar inteligência artificial, é preciso, primeiro, ser desenvolvedor. Diz que é como um neurocirurgião, que primeiro cursa medicina e depois se especializa em neurocirurgia.

Marcos Santos é nascido em São Paulo, capital, e depois mudou para o Paraná e Santa Catarina. Joni Hoppen é natural de Fraiburgo, no Oeste catarinense. Ambos estão entre os profissionais de tecnologia que preferem ter empresa sediada no ecossistema de Florianópolis para poder praticar esportes em uma cidade que ainda tem muitas reservas naturais.

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