Resultado do exame feito por laboratório do Canadá confirmou que o caso de vaca louca no Pará, em animal de nove anos, é atípico, tipo H. Isso é quando a doença ocorre de forma orgânica e não por contaminação de ração. Significa que o Brasil pode voltar a exportar carne bovina para alguns mercados que estavam suspensos, o que é bom também para os segmentos de aves e suínos, fortes em Santa Catarina e que enfrentam dificuldades para repassar custos.
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Quando identificou o caso de vaca louca no Pará, o Brasil logo comunicou a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e suspendeu as vendas de carne bovina para a China, mercado que exige essa medida. Tailândia e Irã suspenderam compras. Agora, o Ministério da Agricultura, com o resultado do exame do Canadá recebido na noite desta quinta-feira, vai negociar a reativação das vendas a esses países.
Mesmo esperado, o resultado do exame significa alívio para o setor de proteína animal do Brasil porque enfrenta dificuldades para ampliar vendas no mercado interno e, principalmente, para transferir custos de produção.
Durante todo o ano passado, enfrentou inflação alta na compra de alimentos para animais e matérias-primas devido aos efeitos da guerra na Ucrânia que resultou em preços altos de combustíveis e fertilizantes. Isso afetou toda a cadeia do agronegócio.
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E justamente a inflação alta no Brasil – com IPCA em 10,06% em 2021 e em 5,79% em 2022 – impediu as empresas de repassarem boa parte dos custos ao consumidor final porque esse não aceitou aumentos. Efeitos disso apareceram, por exemplo, no balanço da gigante BRF, dona da Sadia e Perdigão, que fechou 2022 com prejuízo recorde. Para este ano, o setor espera melhores preços, tanto no mercado interno, quanto no mercado externo. Alguns repasses de custos já estão sendo feitos.
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