Mais um imóvel histórico, que ajuda a contar a evolução da economia da Grande Florianópolis há mais de 100 anos, será recuperado. O casarão construído em 1907 pelo descendente de imigrantes alemães Manoel Philippi, que por décadas abrigou uma loja que vendia de tudo um pouco, será transformado na Casa da Memória, Cultura, Lazer e Recreação do município de Águas Mornas. Lei aprovada pela câmara de vereadores e sancionada pelo prefeito Omar Prim cria o novo centro cultural e educativo. O principal desafio de comissão constituída para viabilizar o projeto é obter recursos de incentivo à cultura, via Lei Rouanet, para a restauração e construção de um anexo.
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Pandemia acelera cultura de doações
O grupo de trabalho é integrado por secretários do executivo municipal, moradores, descendentes do empresário Manoel Philippi, o Instituto Carl Hopcke e a gestora cultural Vera Schoeder. Entre os descendentes da família que integram a comissão estão o industrial Jair Philippi, o escritor Aderbal Philippi e o engenheiro Maurício José Philippi.
Situado na localidade de Vargem Grande, entre a BR-101 e antiga estrada de tropeiros, o casarão está bastante danificado. Conforme Vera Schroeder, o projeto inclui a restauração do imóvel mantendo suas características históricas e obras como a construção de um anexo em estilo enxaimel para abrigar um café e também um anfiteatro aberto, para eventos ao ar livre.
O projeto já foi enviado para a Secretaria Especial de Cultura do governo federal, conta com um número de proposta cultural, mas ainda precisa passar por análises para ter autorização para captar recursos pela Lei Rouanet. Ela lembra que por essa lei, as pessoas físicas podem doar até 6% do imposto de renda devido para a cultura, e pessoas jurídicas podem doar até 4%. Por articulação dos empresários Jair e Aderbal Philippi, algumas empresas já entregaram carta de intenção para doar ao projeto.
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A propósito, entidades empresariais estão colaborando na divulgação de informações para que empresas e pessoas de Santa Catarina usem mais as leis de incentivo para fazer doações a fundos de infância, saúde, idosos, cultura, audiovisual, esporte, pessoas com deficiência e atenção oncológica.
O presidente da Associação Empresarial de Chapecó (Acic), Nelson Eiki Akimoto, tem alertado que SC pode liberar, via leis de incentivo, cerca de R$ 300 milhões por ano, mas tem doado de 30% a 35% desse valor por ano, que chega a R$ 100 milhões. A Acic criou um portal para prestar informações com esse objetivo.
Quem trabalha também, há mais tempo com esse objetivo é a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc). A entidade tem o Fundo Social da Fiesc e um site para prestar informações sobre como as indústrias podem fazer as doações. Em outubro, a entidade promoveu uma live com esse objetivo.