A empresa de capital aberto do Estado com maior participação feminina no conselho de administração é a Casan, Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Ela contava com duas conselheiras, a presidente executiva, engenheira Roberta Maas dos Anjos, e a administradora Sabrina Weiss Raupp. Agora, elegeu as engenheiras Daniella Godinho Abreu e Silvia Santos. Atentos ao fato de que a participação de mulheres, negros e LGBTI+ em conselhos empresariais proporcionam melhores resultados econômicos e sociais, vários países estão exigindo percentual dessas pessoas nos colegiados.
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A função de conselheira de administração ganhou projeção e glamour com a entrada da Anitta no conselho do banco digital Nubank. A remuneração da cantora não foi revelada, é de estrela, mas, em média, um conselheiro de uma empresa de capital aberto ganha, no Brasil, R$ 47 mil por mês. E de empresas de capital fechado, até R$ 15 mil, apurou o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 2020.
O movimento por essas mudanças é maior na Europa, onde os conselhos empresariais têm, em média, 30% de mulheres. Pesquisa da empresa Spencer Stuart, dos EUA, apurou que as maiores médias de mulheres em conselhos estão na França (45%) e na Noruega (44%), países que estabeleceram percentual de participação. A Suécia tem 38%, mesmo sem exigência legal. No Brasil, onde também não há norma com percentual, a média de mulheres em conselhos está em 14%, segundo pesquisa de 2020, feita pela consultoria internacional Korn Ferry.
Nos Estados Unidos, a SEC, que é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de lá, determinou este ano que empresas listadas na bolsa Nasdaq devem ter dois conselheiros que representam esses grupos diversos. Isso exigiu a adaptação de empresas brasileiras na bolsa americana, incluindo a catarinense Vitru Education, controladora da universidade Uniasselvi e que tem sede oficial em Florianópolis. A empresa de educação tem uma conselheira e está buscando outra para breve.
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A Casan, que tem um conselho com nove membros, passou a ter representação feminina de 44%. Além disso, passou a ser também a empresa brasileira de saneamento com maior participação feminina no conselho.
Outras SAs catarinenses têm mulheres nos conselhos, mas em percentual menor. A Celesc, também empresa de economia mista de SC liderada pelo governo, tem conselho com 11 membros, dos quais dois são mulheres. Isso significa 18,2% do total.
A gigante de alimentos BRF, dona da Sadia e Perdigão, tem conselho com 10 integrantes, dos quais duas mulheres, o que representa 20% de participação feminina. A Engie Brasil tem nove conselheiros, sendo duas mulheres, o que significa 22,22% de participação e, por enquanto, a empresa não aplica a norma francesa no país.
A WEG, que desde o ano passado virou queridinha da bolsa brasileira, tem um conselho de administração enxuto, com apenas sete integrantes, mas ainda sem participação feminina. Contudo, tem boa presença de mulheres conselho fiscal: das seis cadeiras, elas ocupam duas, isto é, 33,33%. A Cia Hering, que acaba de ser vendida, tem conselho de sete integrantes e duas mulheres, o que significa 28,57%.
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As catarinenses que são mais novatas na bolsa já contam com participação feminina nos conselhos. A Intelbras tem um colegiado de sete membros, sendo uma mulher, o que significa 14,28%. No conselho de cinco integrantes da Neogrid, há uma mulher, isto é, 20%. A Unifique, que acaba de entrar na bolsa, tem o mesmo quadro. São cinco conselheiros, uma mulher, o que corresponde a 20%.
A função de conselheira de administração ganhou mais projeção e glamour no Brasil com a entrada da Anitta no conselho do banco digital Nubank. A remuneração da cantora não foi revelada, é de estrela, mas, em média, um conselheiro de uma empresa de capital aberto ganha, no Brasil, R$ 47 mil por mês. E de empresas de capital fechado, até R$ 15 mil, apurou o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 2020.
A empresária Luíza Helena Trajano tem defendido a participação feminina nos conselhos também como uma alternativa de carreira bem remunerada para mulheres. Ela tem razão. Entre as características para ocupar a função estão gostar de negócios, conhecer gestão de empresas e ter boa visão de mercado. Além disso, é preciso ter oportunidade para começar.