A exemplo das eleições das últimas duas décadas, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) voltou a cobrar dos candidatos ao governo do Estado o compromisso de não elevar a carga tributária. E os sete candidatos convidados ao evento desta quinta-feira na entidade assinaram esse compromisso em texto apresentado pela entidade.
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Participam os candidatos de partidos que têm representação na Assembleia Legislativa: Carlos Moisés (Republicanos), Décio Lima (PT), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (União Brasil), Jorge Boeira (PDT), Jorginho Mello (PL), Odair Tramontin (Novo).
O texto que recebeu a assinatura dos postulantes ao governo contém uma declaração geral de apoio às propostas da indústria catarinense, que inclui não aumentar impostos, melhoria de infraestrutura e outras como apoio à inovação e internacionalização.
— Na condição de candidato ao governo do estado de Santa Catarina nas eleições 2022, firmo com os industriais catarinenses o compromisso com a valorização da indústria e com os fundamentos da Carta da Indústria 2022, em especial com o não aumento da carga tributária, com a melhoria da infraestrutura de Santa Catarina e com a construção de um ambiente favorável aos negócios, para propiciar o aumento da geração do emprego, da renda e o desenvolvimento do estado — diz o texto assinado pelos candidatos.
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Uma das sugestões novas, segundo o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, é a criação de um conselho permanente para ouvir o setor produtivo e outros que possam colaborar com a gestão do Estado.
— Acho que o governo tem que dividir com a sociedade, com as entidades, a responsabilidade da condução do Estado. Nós temos muito a contribuir, passar muitas informações para o Estado, colocar as nossas dificuldades, as nossas soluções. Então, é extremamente importante a composição desse conselho. Esperamos que o novo governo possa adotá-la como um instrumento de auxílio para a administração do Estado — disse Aguiar.
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Durante o evento, cada candidato teve 15 minutos em duas etapas, para apresentar propostas voltadas ao setor industrial. Alguns aproveitaram o espaço, também, para dar alfinetadas aos adversários. A ordem de participação dos candidatos foi definida por sorteio. Começou com Odair Tramontin e se encerrou com Jorginho Mello.
Odair Tramontin aproveitou a sua participação para apresentar propostas mas, também, para fazer afirmações mais críticas. Disse que o Estado corre sério risco de desindustrialização se não resolver os gargalos de infraestrutura. Para ele, falta a SC uma grande obra estruturante. Manifestou preocupação com as promessas de candidatos que envolvem mais gastos públicos e criticou a continuidade da burocracia para negócios no Estado, especialmente para novos investimentos em diversos setores.
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Décio Lima afirmou que, se a vida der a ele a oportunidade de ser governador, estará nos primeiros dias na Fiesc para realizar um governo parceiro, conjunto, nessa fase em que todos estão sendo tocados por uma revolução tecnológica. Décio disse que a eleição nacional é importante para Santa Catarina e prometeu trabalhar para resgatar os R$ 465 milhões que o atual governo do Estado investiu para colaborar nas obras das BRs no Estado: a 470, 280, 163 e 285. Elogiou o setor empresarial, o cooperativismo e o associativismo que fazem de SC o melhor estado do país.
Esperidião Amin afirmou que, se eleito, trabalhará por uma reindustrialização inteligente e para Santa Catarina ser o Estado mais inovador do Brasil. Também prometeu apoiar o segmento de pequenas empresas, lembrando da importância da legislação porque foi em SC que surgiu o primeiro estatuto da micro e pequena empresa. O candidato, que já governou SC por dois mandatos, disse que apoiará investimentos em geração de energia limpa offshore em melhorar a logística para portos.
Jorge Boeira fez questão de informar que veio do chão de fábrica, dos espaços que produzem e geram riqueza no Estado. Disse que, se eleito, vai levar para o governo a mesma visão empresarial. Falou dos avanços da economia de SC em diversos setores, com estaque para o maior polo agroindustrial de carnes do mundo no Oeste e das cooperativas. Alertou sobre a necessidade de reavaliar a renúncia fiscal do Estado, que chega a R$ 15 bilhões por ano. Disse que mais de 80% desse valor vai para 2% das empresas e 80% das pequenas empresas não têm acesso a isso.
Carlos Moisés procurou citar uma série de investimentos que vem fazendo à frente da gestão estadual. Afirmou que o Estado vem avançando na formação técnica, ampliação de investimentos em energia por meio da Celesc e SCGás e oferta de energia trifásica para o campo. Entre ações para melhorar logística, citou os novos projetos de rodovias com destaque para nova estrada do Norte até a Grande Florianópolis para desafogar a BR-101.
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Gean Loureiro sobre o pleito de fomento ao setor privado, prometeu parceria para financiamento a investimentos. Para qualificação de trabalhadores, disse que a indústria tem o Senai, que forma com qualidade, mas não tem condições de atender sozinho as necessidades do Estado, por isso uma das suas propostas e ampliar a formação técnica. Também defendeu melhoria da logística para atender o setor produtivo de um modo geral.
Jorginho Mello afirmou que, se eleito, vai atender a indústria porque o setor é a locomotiva da economia. Para trazer mais recursos para infraestrutura ao Estado, trabalhará com apoio da bancada catarinense. Lembrou também que, como parlamentar, luta pela pequena empresa. Citou a criação do Pronampe, que ofereceu crédito acessível durante a pandemia e continua ativo. Prometeu que vai criar o Pronampe estadual que será executado em parceira com as cooperativas de crédito.
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