Os três primeiros frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne suína para o Canadá são de Santa Catarina: as plantas da Chapecó Seara Alimentos de Itapiranga e São Miguel do Oeste e a da Coopercentral Aurora Alimentos, de Chapecó. A comunicação do governo canadense foi feita ao Ministério da Agricultura e é celebrada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidades que investe na busca de novos mercados ao setor.

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Essa aprovação canadense é mais um resultado do diferencial de sanidade catarinense, pela conquista do reconhecimento internacional de área livre de aftosa sem vacinação. Há poucos dias, em 25 de maio, SC comemorou 15 anos desse selo concedido pela Associação Internacional de Saúde Animal (OIE), que abriu mercados relevantes, entre os quais os do Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e, agora, do Canadá.

– A habilitação destas primeiras plantas vem em um momento importante para o setor produtivo, diante das dificuldades enfrentadas com as altas dos custos de produção e a necessidade de incrementar as vendas internacionais de carne suína. É um resultado do trabalho de excelência desempenhado pelo Ministério da Agricultura. Há expectativa de que, em breve, novas plantas sejam habilitadas – afirmou em nota Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Conforme o executivo, o Canadá importa carne suína apesar de ser um grande exportador, o terceiro maior do mundo para o produto. Mas as importações também são comuns nesses mercados de commodities, com base em ofertas e exigências específicas.

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Em 2021, o Canadá exportou 1,5 milhão de toneladas de carne suína. Tem importado, em média, 250 mil toneladas/ano. Em 2021, o Brasil exportou 1,13 milhão de toneladas do produto, 11% mais do que no ano anterior, 2020.

De acordo com Luis Rua, diretor de mercados da ABPA, o plano é iniciar com vendas de cortes de maior valor, como costela e barriga. O setor vê oportunidades em segmento para complementar a oferta local. A Aurora é exportadora de costela suína para os Estados Unidos, desde quando aquele mercado foi aberto para SC, em 2014.

Para se ter ideia do impacto positivo para SC como livre de aftosa sem vacinação, no ano de 2006, antes do reconhecimento da OIE, o Estado obteve receita de US$ 310 milhões com exportações de carne suína. Em 2021, somou US$ 1,39 bilhão, 214,4% mais.