Sempre se fala que a educação de qualidade é a base de tudo e, na economia, é fundamental para ter pessoas inovadoras que impulsionem o desenvolvimento. Mas, na prática, esse ensino de qualidade não chega para todas as crianças. Um fato novo nessa campanha eleitoral em Santa Catarina é que os candidatos a governador Décio Lima (PT) e Jorginho Mello (PL) mostram que entenderam esse desafio: ambos prometeram investir inclusive em creches e na formação de professores, o que inclui a base do ensino, função hoje dedicada aos municípios.
Continua depois da publicidade
Receba notícias do DC via Telegram
A pergunta sobre o tema foi feita por Jorginho Mello, que chamou a atenção sobre o fato de a educação ser a coisa mais importante que as famílias proporcionam para os filhos. Décio começou criticando cortes do governo federal no ensino superior, mas ambos focaram planos para o Estado.
Jorginho disse que, se eleito, quer ser reconhecido como o governador da educação e do emprego. Citou as propostas principais do seu plano, como a ampliação do ensino técnico e o pagamento das mensalidades de todos os estudantes das universidades comunitárias do sistema Acafe.
– Educação eu quero cuidar como um todo, desde a pré-escola. Hoje, há dificuldades para a construção de creches. Quero fazer parcerias com os municípios para que as crianças possam ficar em creches bem preparadas, bem seguras, e com profissionais que gostem de crianças – disse Jorginho.
Continua depois da publicidade
Décio destacou suas propostas como a criação de 21 institutos para ensino técnico e melhoria das condições dos professores, para que sejam servidores felizes, com contrato, por meio de concurso público porque hoje 64% dos professores são ACTs (têm contratos temporários).
– Vamos garantir às mães a creche que não tem, fazendo com isso uma construção com todos os municípios de Santa Catarina. Se precisar, vamos comprar vagas do ensino privado para que todas as crianças fiquem protegidas – afirmou Décio.
O candidato também citou os investimentos dos governos petistas em SC na área, como 30 institutos federais, ampliação da UFSC em quatro campi e criação da Universidade Fronteira Sul, no Oeste.
Esse olhar para a educação fundamental, começando pelas creches, indicando trabalho conjunto com municípios, pode fazer a diferença na qualidade da formação de todas as crianças, o que é necessário para o desenvolvimento social e econômico justo.
Continua depois da publicidade
Isso porque, além da desigualdade social crônica que a falta de educação gera, o Brasil não é visto pelo mundo como um país com desenvolvimento econômico estável porque está sempre entre as últimas posições no teste internacional de PISA, o programa internacional de avaliação de estudantes do ensino fundamental, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No programa Reinventa SC, incluído na Carta da Indústria aos candidatos, a Fiesc lembrou as notas do Brasil no último teste de pisa. Entre os 77 participantes, o país ficou em 57º lugar em leitura, 70º em matemática e 66º em ciências.