O empresário Zoé Silveira d’Ávila, que como diretor industrial da Sadia e conselheiro ajudou a empresa a se tornar referência mundial em proteína animal, faleceu na noite de sexta-feira, em São Paulo, de causas naturais, aos 102 anos.
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O conselho de administração da BRF, dona da Sadia e Perdigão, divulgou nota de condolência neste domingo em nome dos 90 mil colaboradores do grupo, na qual diz que D’Ávila teve papel fundamental no crescimento e consolidação da Sadia. Assinada pelo presidente do conselho, Marcos Molina, a nota também agradece o legado deixado pelo ex-diretor e conselheiro.
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Gaúcho do município de Tupanciretã, onde nasceu em 27 de maio de 1921, Zoé Silveira D’Ávila cursou medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mudou para Concórdia em 1951, para ser cirurgião no maior hospital local, mas logo passou a atender também em cidades vizinhas.
A entrada na Sadia aconteceu quando ele conheceu o fundador da empresa, Attilio Fontana, e passou a namorar sua quarta filha, a Odylla, com quem se casou em 1953 e ficou junto até em maio de 2022, quando ela faleceu. Foi aí que se tornou médico da empresa e foi galgando outros cargos de liderança, até deixar a medicina em 1962 para dedicar-se totalmente à função de executivo, a convite do sogro.
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Ingressou como Diretor de Higiene e Produção. Sob influência da formação em medicina, no cargo de Diretor Industrial ele implantou modelos contínuos de controle de qualidade, aperfeiçoamentos sanitários e inovações tecnológicas. Entre as medidas, estavam impedir a entrada de insetos na área fabril e a embalagem de produtos sem manipulação humana.
O Dr. Zoé, como era conhecido, também promovia intercâmbio nacional e internacional com universidades, instituições de pesquisa e associações empresariais para buscar sempre as últimas inovações ao setor. Isso também ajudou na projeção da empresa, que começou a exportar para o golfo arábico no início dos anos de 1970.
Zoé Silveira D’Ávila foi um dos executivos que mais influenciaram no desenvolvimento e crescimento da Sadia desde os anos de 1960 até a virada do século, logo depois de 2000. Além de diretor e presidente do conselho da companhia, foi líder de associações do setor de carnes do Brasil, como presidente da União Brasileira de Avicultura (hoje Associação Brasileira de Proteína Animal), vice-presidente da Associação Latino Americana de Avicultura (ALA) e também vice presidente da Associação Brasileira das Indústrias Alimentícias (ABIA).
O empresário deixou os filhos Eduardo, Yara, Denise e Daniele, nora, genros, sete netos e quatro bisnetos. Ele foi velado neste sábado, no Cemitério do Morumby, em São Paulo.
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Matéria feita com informações do conselho da BRF, Rádio Rural de Concórdia e PG Comunicação.
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