As indústrias GreyLogix, de Mafra, Santa Catarina, e Delta Life, de São José dos Campos, São Paulo, receberam esta semana a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricar ventiladores pulmonares. São equipamentos que podem ser usados em UTIs, para casos graves de Covid-19 e outros problemas de saúde.
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Essa aprovação de equipamentos em menos de quatro meses foi possível porque as duas empresas contaram com assessoria técnica dos Institutos Senai de Inovação de Joinville e Florianópolis, entidades da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), e da Associação Catarinense de Medicina (ACM). Pela capacidade instalada e dependendo da demanda, as duas podem produzir de 700 a 1.100 unidades mensais.
Os novos produtos se destacam por terem a maioria dos componentes fabricados no Brasil, o que evita espera de itens do exterior. Os preços também são mais acessíveis. Além disso, mostram a competência técnica das equipes envolvidas, tanto no desenvolvimento dos equipamentos, quanto nos testes.
Para o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, que esteve à frente das articulações para ampliar a produção de ventiladores pulmonares logo que chegou a pandemia, essa é uma conquista tecnológica relevante para a indústria brasileira e também para os institutos Senai. Isso porque esses equipamentos têm itens e funcionalidade complexa.
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Uma novidade em Santa Catarina foi o desafio da ACM, assumido pelo seu presidente, Ademar José de Oliveira Paes Junior, de ajudar a empresa Delta Life na adaptação dos respiradores de uso veterinário para humanos. Os testes foram realizados no Hospital SOS Cárdio, de Florianópolis, sob a coordenação dos médicos Dante Eickhoff, líder da ACMTech, e pelo diretor técnico do hospital, Fernando Graça Aranha.
A Delta Life contou também com apoio do Senai para desenvolver componentes dos equipamentos. O fundador e diretor da empresa, Vagner Aredes, adiantou que o plano era, no futuro, produzir equipamentos médicos. A pandemia e a assessoria técnica aceleraram isso. Segundo ele, os institutos Senai foram importantes para a inclusão de componentes eletrônicos, mecânicos e sistemas nos novos produtos.
No caso da catarinense GreyLogix, a participação nesse processo foi um avanço porque ela só produzia soluções de automação industrial. Com esse projeto, se tornou uma fornecedora do setor de saúde. O presidente da empresa, Renato Leal, destacou a participação do Senai na solução de pontos críticos do desenvolvimento do aparelho e na busca do reconhecimento da Anvisa.
Como uma parte do Brasil – incluindo Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e outros estados – está no meio da fase crítica da pandemia, os dois novos fabricantes esperam começar a atender logo o mercado nacional. A pandemia deixou claro que é um setor com carência no Brasil e, também, existe a necessidade constante de renovação de equipamentos. As empresas também poderão iniciar exportações.
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