Com piora do cenário econômico global, a segunda-feira (05-08) está super turbulenta para os mercados financeiros globais, até com interrupção dos negócios (circuit breaker) no mercado japonês. No Brasil, perto das 13h, o dólar estava com alta de 0,89%, a R$ 5,76 e o Ibovespa, principal índice da B3 caía -1,05%, para 124.528 pontos. A crise acontece devido ao temor de recessão nos EUA, alta de juros no Japão e guerra indireta entre Irã e Israel.

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Esse impacto poderia ser menor no Brasil porque as condições macroeconômicas do país estão melhores, mas isso não está ocorrendo, avalia o economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt. Segundo ele, se o dólar seguir alto, poderá pressionar a inflação, o que pode motivar alta dos juros e posterior retração da atividade econômica.

Eventual taxa maior de juros também afetará a economia de Santa Catarina porque a indústria do Estado tem no país o seu principal mercado. A economia do Estado também pode ser prejudicada nas exportações aos Estados Unidos caso aquele mercado entre em recessão após melhora em função do controle da inflação.

– A primeira coisa é que os dados de emprego nos Estados Unidos vieram em forte baixa, uma taxa de desemprego de 4.3%, dificuldade de geração de emprego no mercado de trabalho. Esses dados vieram na sexta-feira, depois da reunião do comitê de política monetária do FED, que foi na quarta. Ao banco Goldman Sachs aumentou a probabilidade de recessão nos Estados Unidos, que estava em 12% para 25%. Isso causou um enorme estresse – explica Pablo Bittencourt.

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Caso os dados da economia dos EUA continuarem vindo abaixo do esperado, os problemas vão continuar no mercado acionário. E o dólar tende a seguir alto no Brasil porque o mercado americano, por apresentar os menores riscos, continuará atraindo capital de países emergentes.

– Se os dados continuarem vindo piores, a gente pode ter problemas na taxa de câmbio da economia brasileira e ter uma reverberação bem negativa sobre a inflação aqui. Caso contrário, essa intensidade do medo deve arrefecer e aumenta a probabilidade de um soft landing (pouso suave) e não de uma recessão. Então, a taxa de câmbio poderia voltar no Brasil ao patamar que operava no Brasil – explicou o economista.

A cotação do dólar já está numa média superior no Brasil e pressionando alguns preços resultantes de importações. As dúvidas sobre o controle dos gastos públicos têm gerado esse efeito no mercado, apesar de esforços do governo brasileiro para buscar o equilíbrio fiscal. Mesmo com essas incetezas, o ritmo da atividade econômica no Brasil está melhor e, antes dessa turbulência, o setor privado mostrava otimismo para o segundo semestre deste ano.

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