A exemplo da Bolsa de Nova York (NYSE) e da Bolsa de Frankfurt, a B3, bolsa de valores do Brasil, ganhou nesta terça-feira a sua escultura de touro. Instalado em frente ao prédio da bolsa, na rua XV de Novembro, em São Paulo, o “Touro de Ouro” visa trazer sorte aos investidores, mas também deverá se tornar uma atração turística. 

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Na recente fase de juros baixos durante a pandemia, a bolsa brasileira conseguiu um salto de 136% no número de investidores pessoas físicas, mas, agora, com a retoma da alta dos juros básicos Selic, o avanço na bolsa desacelera, mesmo com um “touro dourado” no coração do mercado financeiro.

A escultura foi um investimento da B3, do economista e influenciador digital Pablo Spyer e do artista plástico e arquiteto Rafael Brancatelli. Para Spyer, a obra é um presente da bolsa para todo o Brasil.

O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou que o Touro de Ouro representa a força e a resiliência do povo brasileiro, é um novo símbolo do desenvolvimento do mercado de capitais do Brasil, sediado no coração do setor financeiro do país. Para investidores, tocar no touro traz sorte quando o mercado acionário está em alta.

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A fase brasileira de juros básicos baixos durante a pandemia motivou mais pessoas a investir na bolsa brasileira. Em março de 2020, a B3 tinha 1,7 milhão de investidores pessoas físicas e, agora, dia 03 de novembro, data do último levantamento, chegou a 4,016 milhões, o que significa uma alta de 136%. O total investido por essas pessoas na B3 soma R$ 485,8 bilhões.

Desse último número de investidores, 197.401 são catarinenses, estado que está em 6º lugar no ranking total de CPFs e de montante aportado, uma posição em sintonia com o PIB de SC, que é o 6º maior do Brasil. Entre os catarinenses, 147,2 mil são homens, que têm aplicados R$ 14,39 bilhões, e 50,2 mil são mulheres, que investem R$ 3,95 bilhões, totalizando R$ 18,35 bilhões.

Os apaixonados por mercado de capitais sonham que numa data não muito distante o Brasil terá 50 milhões de investidores na bolsa, seguindo o exemplo dos Estados Unidos onde a maioria que poupa compra ações.

Mas, no Brasil, os problemas da gestão pública forçam o Banco Central a elevar os juros básicos, hoje em 7,75%. Quando estão altos, os investidores preferem comprar títulos da dívida do governo federal do que ações.

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Além disso, por falta de conhecimento técnico, muitos brasileiros ainda deixam o dinheiro na caderneta de poupança, que rende muito menos. O avanço de escritórios de investimentos está mudando isso, mas o processo é lento.

Contudo, a escultura do touro vai lembrar mais pessoas de que investir em ações, com conhecimento, rende mais no médio e longo prazo do que em outras aplicações. Vale a pena correr esse risco, pelo menos com uma parte dos recursos poupados.